Na semana em que se comemora o Dia Mundial da água, dia 22 de março, o assunto é preocupante e polêmico, principalmente para os moradores de Mariana. Nas últimas semanas, alguns residentes da sede e de distritos divulgaram diversas fotos nas redes sociais reclamando da qualidade da água fornecida pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE). Segundo eles, a água avermelhada, com tonalidades de barro, mancha roupas, não é boa para consumo e prejudica os chuveiros, entupindo as saídas.
Diversos depoimentos, de pessoas de várias localidades relatando problemas com a falta, assim como a qualidade da água, deram a tonalidade da semana.
Em um post na sua página do facebook, a Associação Comunitária de Padre Viegas (Acompav) fez intensas denúncias e enfatizou que o problema não é de agora e abriu espaço para outras pessoas relatarem os mesmos problemas. “Não é um problema local, a situação é geral e diz respeito tanto à qualidade quanto à quantidade da água. Falta muita água e quando ela chega é nessa situação”, descreveu a associação mostrando uma foto de uma água retirada de uma torneira da casa situado no distrito. “Convivemos com essa situação no Bairro Colina há anos e nada é feito… É só chover que a água fica barrenta. Entra governo e sai governo e nada é feito… A única coisa que vejo ser feita na política marianense é o favoritismo”, declara Matheus Moreira Souza.
O assunto também foi pauta para os vereadores, como o edil Bruno Mol, que se posiciona contra a autarquia e a favor da implantação da Copasa. “O SAAE aponta motivos e argumentos para o péssimo serviço prestado. Eu sou contra o SAAE e defendo a Copasa. Temos que pagar pelo que é nosso, de forma responsável e consciente. Pois a gente já paga a água e paga muito caro. Por mês, o marianense paga 900 mil reais. Se o marianense fosse pagar a água, ele pagaria um valor dividido por 15 mil residências. Giraria em torno de 30 reais para se ter água tratada e de qualidade”, defendeu o vereador.
O SAAE afirma que está ciente da interrupção no abastecimento em alguns locais da cidade e que nos distritos, a maiores reclamações são sobre a turbidez da água.
“No bairro Cabanas, por exemplo, a lavagem dos decantadores da ETA Santa Rita fez com que o abastecimento fosse interrompido por algumas horas. Com as fortes chuvas, essa limpeza demorou mais tempo que o programado. Com a volta do abastecimento, como as redes de distribuição estavam vazias, e como o bairro demanda muita água, essa recuperação do sistema demora um pouco a normalizar”, justificou em nota, que ainda ressaltou, “vale lembrar que na lei de criação do SAAE, a autarquia tem responsabilidade de fornecer água pra consumo humano em residências de até nove metros de altura. A partir daí o morador tem que ter um sistema de bombeamento independente. Em muitos casos, isso não acontece”.
Já em Padre Viegas o SAAE aponta que o problema se deve a uma obra particular. “A dona de um terreno particular fez uma intervenção nas suas terras e quando chove esse material desce para o curso d’água que abastece o distrito. Nesta quinta-feira (22) às 19h, teremos uma reunião com a diretoria da ACOMPAV para falar sobre o abastecimento no local”.
Em Cachoeira do Brumado, a autarquia afirma que um projeto de cerca de três milhões de reais que será custeado pela FUNASA está em curso. “No momento estamos aguardando a visita do corpo técnico da FUNASA na comunidade para validação do projeto. Esse projeto contempla unificação das captações e Estação de Tratamento de Água”.