Éder Rocha, membro da comissão responsável em elaborar o plano de carreira dos professores de Mariana, afirmou em sessão da Câmara que o prefeito está de “enrolação” com a categoria. A crítica se daria porque o plano de cargos e salários já teria sido feito e entregue ao Executivo, porém este não o teria enviado ao Legislativo, para que possa ser analisado e aprovado.
Além disso, sobre a situação, Éder também disse que suas impressões com relação ao prefeito é que ele “não tem conhecimento” do assunto. Nas reuniões com o chefe do Executivo, ele os receberia, no entanto “parece não ter a menor ideia sobre os assuntos discutidos”, pontua.
Segundo Éder e também de acordo com o vereador Juliano Duarte, o plano de carreira já teria sido entregue pronto às mãos da secretaria de Educação, Dulce Maria. No entanto, para que o documento seja aprovado, respeitando as vias legais, é necessário que ele seja enviado pela Prefeitura à Câmara. Em tese, a elaboração dessa documentação seria de obrigatoriedade do Executivo. Todavia, com as costumeiras instabilidades na Prefeitura, tal projeto não foi feito.
Agora, no entanto, está pronto. A elaboração se deu por meio de uma comissão, a qual ficou encarregada única e exclusivamente por este trabalho. Ela foi eleita pelos profissionais da categoria, por meio de reunião com o sindicato. Após oito meses de reuniões semanais e, diga-se de passagem, não remuneradas, o plano de cargo e salários está pronto, há dois meses. No entanto, segundo Eder, “o prefeito afirma não ter conhecimento sobre o plano de carreira”, apesar dos relatos de que a secretaria de Educação já teria recebido o plano pronto.
Nessa toada, o que acontece é que os professores de Mariana podem ficar ainda esse ano sem a aprovação de seu plano. O projeto, que inclusive foi muito elogiado em plenário pelo vereador Juliano, que o considerou “muito bem feito”, tem que ser aprovado pelo Legislativo até o dia 7 de julho. E com o passar do tempo, as coisas tendem a se complicar. Isso porque os vereadores não poderiam aprová-lo sem uma análise anterior. Portanto deveria ser enviado com algum prazo de antecedência. Caso contrário, se não for encaminhado a tempo, devido às leis eleitorais, ficará impedido de ser votado.
Tal situação proporcionou afirmações fortes no plenário. Fernando Sampaio afirmou que “o prefeito está enrolando” e que os vereadores teriam que “endurecer o jogo”, inclusive mencionou a possibilidade de que as pautas do Executivo não fossem mais votadas, até que a comunicação entre os dois poderes estivesse devidamente restabelecida.
Aída também se pronunciou. Declarou que a educação é a “salvação de nosso país e há falta de respeito e consideração” com ela. Pediu aos demais edis que novamente enviassem a Prefeitura, pela terceira vez, um requerimento com a assinatura de todos, pedindo agilidade no envio do projeto dos professores. Juliano Duarte também se posicionou: “torço pelo prefeito ter o bom senso de criar essa Lei. Isso, inclusive, irá beneficiá-lo. Pois é a secretaria (Educação) que contempla mais servidores”.