O Órgão Arp Schnitger foi um presente do Rei de Portugal, Dom João V. Imagem: Thalia Gonçalves/Arquidiocese de Mariana
Por: Amanda de Paula Almeida. FONTES: Thalia Gonçalves/Arquidiocese de Mariana
No último domingo (9), a Prefeitura de Mariana, por meio da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo e do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (COMPAT), realizou o Protocolo de Envio dos someiros do órgão Arp Schnitger, da Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção (Igreja da Sé), para restauro no exterior.
O órgão foi um presente do Rei de Portugal, Dom João V, à primeira Sé de Minas Gerais. Os someiros são as peças que distribuem o ar dentro do instrumento e serão restauradas pelo organeiro Frédéric Desmottes, na cidade de Cuenca, na Espanha. Os recursos investidos nesta intervenção somam R$1,2 milhão e são do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.
A reinauguração do Órgão está prevista para o final deste ano, quando a Arquidiocese de Mariana completa 280 anos. O prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), esteve presente durante a cerimônia e falou sobre a importância de se preservar o patrimônio histórico de Minas Gerais. “A prefeitura de Mariana sempre estará apoiando ações, junto à Arquidiocese, para que nós possamos restaurar nosso patrimônio. E cada vez mais a gente possa ter nossa cidade linda, as nossas igrejas restauradas e de portas abertas para os nossos fiéis”, declarou o prefeito.
O Padre Geraldo Buziani também destacou a importância do Órgão para a história de Mariana: “Além da função litúrgica, ele também atrai apreciadores da música. Nossa expectativa é que, no dia 8 de dezembro de 2025, possamos reinaugurá-lo nas comemorações dos 280 anos da Arquidiocese”.
O restauro do Órgão já dura alguns anos
A restauração do Órgão teve início em 2016, a remontagem, prevista para setembro de 2022, teve seu prazo estendido devido a alguns imprevistos que foram sendo encontrados. Durante a limpeza para remontagem foi descoberto que as duas peças principais do instrumento, os someiros, que desempenham papeis como se fossem o motor do órgão, pois levam o ar para os tubos, estavam comprometidas com a presença de cupins.
Diante desse imprevisto, a única solução prevista, segundo Fréderic, é levar as duas peças para sua oficina, na Espanha, tirar todas as partes de compensado e voltar a colocar as partes de carvalho que foram substituídas no ano de 1982. “É um trabalho bem delicado, que precisa ter ferramentas especiais, como temos na oficina, e também ter carvalhos bons, que se tenham dez anos de secagem, para garantir o futuro e funcionamento do órgão”, destaca o organeiro em 2022.