Com nova obra, Andréia Donadon completa o lançamento seu 22º livro. Imagen: Amanda de Paula Almeida
Por: Amanda de Paula Almeida
A tarde desta segunda-feira (3) foi marcada pelo lançamento da obra “Mestre Arouca visita a Câmara de Mariana”, da escritora e artista aldravista Andréia Donadon, com ilustrações do artista e historiador Cristiano Casimiro. O livro propõe uma viagem pela nova Câmara Municipal de Mariana, restaurada em agosto de 2023, acompanhada pelo Mestre Arouca, o renomado mestre barroco que traçou as linhas originais da Casa Legislativa.
A obra está diretamente relacionada ao livro “Restauro e História do prédio da Casa de Câmara e Cadeia de Mariana”, organizado também por Cristiano Casimiro com apoio da Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil (Alacib) e Vale. Enquanto o primeiro lançamento documenta a trajetória histórica do restauro do prédio, o novo livro se dispõe a ser um relato literário, no qual Mestre Arouca chega à Mariana de 2024 em uma nave espacial, brincando com uma narrativa lúdica e criativa.
No lançamento do 22º livro de sua carreira, Andréia Donadon expressou sua alegria em poder imaginar e contar uma história sobre o Mestre Arouca e a Casa de Câmara e Cadeia de Mariana: “Pra mim foi muito importante poder lançar essa lenda da história da Câmara de Mariana, colocando em destaque uma das grandes personalidades que construiu o prédio, que é o arquiteto Mestre Arouca, para possibilitar que outras pessoas, outros públicos, conheçam uma pessoa que fez muito pela cidade”, reforçou.
O Acadêmico Israel Quirino, responsável pelo prefácio da obra, esteve presente no lançamento e destacou a importância das antigas e novas lendas para o reconhecimento da história de Mariana: “O que surge aqui hoje são as novas lendas. Aquelas que se contam nas nossas ruas, aquelas que estão surgindo no dia a dia, aquelas que nós estamos vivendo um pouquinho delas”, declarou.
Sobre o processo de ilustração da obra, Cristiano Casimiro explicou que utilizou a técnica de aquarela em preto e branco com filtro de computação gráfica. O historiador também aproveitou o momento para comentar sobre os problemas com a população flutuante que Mariana enfrenta atualmente e defendeu o papel da cultura na preservação da identidade marianense: “Nós temos que trabalhar nossa memória. Esse ano é extremamente importante para Mariana, 280 anos da construção da primeira cidade de Minas. (…) Nós temos grandes problemas e o que a nossa cultura pode trazer pra isso? A informação do passado. Então, quando a Andréia [Donadon] escreve um livro contando a história de um construtor que veio ver o que foi feito com a obra dele é uma reflexão: o que está sendo feio com nossa cidade?”, declarou o historiador.
O representante do presidente da Câmara, Silas Sampaio, reforçou a importância da cultura marianense para fortalecer o senso de pertencimento da população: “A comunidade marianense, eu percebo, está muito carente desse pertencimento e ele começa ali, na educação infantil, na nossa educação patrimonial. Às vezes a gente sabe a história do mundo e não sabemos nossa própria história (…) Cabe a cada um de nós, marianenses, manter essa história viva e passar isso para frente”.
Também estiveram presentes no evento o prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), o vereador Zezinho Salete (PSDB), a antiga Secretária de Desenvolvimento Social, Daniely Cristina Souza, além de amigos da autora e artistas de Brumal e Campinas.
Feira literária
Durante o lançamento, Andréia Donadon divulgou informações sobre o Festival Literário de Mariana (FLIMARI), que, com apoio da Fundação Renova, realizará entre os dias 10 a 12 de abril a Feira de Livros e Semana de Arte Aldravista. O evento terá como tema “Lendas de Mariana e Arte Circense em contos e versos” e promete movimentar a cena cultural da cidade com a participação de convidados importantes da literatura, como a escritora Penélope Martins, autora de obras premiadas como “Mulheres que leem mulheres” e “Pés descalços”.
