Ações nas cidades mineiras e capixabas, impactadas pelo rompimento da barragem de Fundão, irão gerar mais de 12 mil empregos diretos até 2020
A grave situação de desemprego em Mariana parece estar com os dias contados, à partir da informação da Fundação Renova de que mais de dois mil empregos deverão ser gerados já nos próximos meses. Além da geração de emprego, as ações também irão contemplar empreendedores a partir do mapeamento realizado pela instituição, que traçou o perfil e as potencialidades econômicas em Minas Gerais e também no Espírito Santo.
Já nos próximos meses, serão gerados cerca de dois mil empregos na região para o reassentamento de Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e parte de Gesteira. “A prioridade é para fornecedores e mão de obra das localidades. Por isso, iniciamos um ciclo de palestras para esclarecer os detalhes de como serão desenvolvidos os trabalhos e também da capacitação e o cadastramento de fornecedores locais”, explica Paulo Rocha, líder dos programas de economia e inovação da Renova.
No dia 9, sexta-feira, a Fundação promove o encontro em Mariana, no Centro de Convenções da cidade, a partir das 8h. A participação é gratuita e direcionada a todos os empresários da região.
Investimentos
É previsto um investimento de R$ 4,6 bilhões até 2020 nos projetos de reconstrução, que deverão alavancar a economia local com o desenvolvimento de novos negócios e geração de renda. “Esse valor, somado à movimentação na cadeia de abastecimento, deve chegar à casa dos R$ 6 bilhões. Se for levada em conta toda a movimentação da rede de fornecedores, a expectativa é de que sejam geradas cerca de 15 mil oportunidades de trabalho”, ressalta Rocha.
A Fundação Renova realizou um mapeamento ao longo da bacia do Rio Doce, que traçou o perfil, as vocações e as potencialidades econômicas de cada cidade, de Mariana (MG) a Regência (ES). O levantamento faz parte do programa de Estímulo à Contratação Local e prevê como uma das premissas a utilização 70% da mão de obra da própria região. Além disso, estima-se que 50% do valor investido em contratações sejam voltados a empresas locais. Essas medidas têm o objetivo de garantir que os recursos investidos fiquem nas cidades impactadas.
Os investimentos serão nas ações de reassentamento, recuperação de nascentes, manejo de rejeitos, reflorestamento, e tratamento de água e esgoto. As ações abrem espaço para novos negócios. O mapeamento indica que setores como construção civil, meio ambiente e reflorestamento, agronegócio, metalmecânico, comércio e serviço têm forte potencial de desenvolvimento.
Parcerias
Para garantir que as empresas locais tenham condições de oferecer produtos e serviços demandados pelas ações de reconstrução, a Fundação Renova conta com parcerias importantes. É o caso do acordo firmado com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) para a injeção de capital nas micro e pequenas empresas. A ideia é oferecer uma linha de crédito aos fornecedores locais ao longo do Rio Doce, de maneira menos burocrática, para o aquecimento imediato dos negócios locais. A parceria também está em fase de negociação com o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).