No domingo, dia 5, a tragédia que marcou a vida não só dos moradores de Bento Rodrigues e adjacências, mas de toda região, completa dois anos. Uma programação diversificada promete marcar a data e cobrar mais agilidade de autoridades para que as famílias possam ser reassentadas.
Na programação está uma coletiva de imprensa, marcada para o sábado, dia 4, com as famílias atingidas. Logo depois haverá uma visita a algumas áreas atingidas.
Já os alunos da Escola Municipal Bento Rodrigues, que ficou destruída pela lama e passou a funcionar na zona urbana de Mariana, lançam, no dia 5, o livro “Do passado ao presente: Futuro? Reconhecendo o tempo!”. O trabalho foi escrito pelos alunos do 4º ano da unidade escolar. Durante o evento haverá exibição do vídeo produzido pelos alunos, apresentações teatrais e mostra dos trabalhos realizados ao longo do projeto, dentre outras ações. O evento está agendado para às 13h no Centro de Convenções.
Reassentamento
O Ministério Público cobra mais agilidade da Fundação Renova no reassentamento definitivo das famílias prejudicadas. A Renova escolheu um terreno para construir a nova Bento Rodrigues, mas há problemas com órgãos ambientais e nada saiu do papel.
Esclarecimento
O jornal O LIBERAL, a pedido dos atingidos pelas famílias vítimas da ruptura da barragem de Fundão, esclarece que o montante divulgado na matéria intitulada ‘Atingidos pela lama da Samarco ganham indenização de R$ 7 milhões’, veiculada na sexta-feira (27) será distribuído para mais de 300 famílias e que até o momento, nenhum atingido recebeu a indenização definitiva.
Exploração de ouro
Dois anos após a tragédia, pedidos de licenciamento chamam atenção na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad). De acordo com informações do jornal Estado de Minas, os pedidos de licença prévia e licença de instalação do empreendimento, de responsabilidade da Fênix Mineração Ouro Preto, foram protocolados em março deste ano. A empresa alega ter interesse em atuar na região desde 2009.
O local a ser explorado ainda contém lama remanescente no fundo e nas margens do rio. “Em entrevista ao portal Estado de Minas, o engenheiro geólogo Carlos Henrique Ramos Mello disse que para que tal exploração seja realizada, o Rio Gualaxo do Norte, entre Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, terá que ser desviado para que a turbideze gerada não afete suas águas e que não haverá beneficiamento no local. Portanto, não existe risco de contaminação”, descreve o jornal.
A ação divide opiniões. Moradores pedem a volta da mineração, porém ambientalistas são contra, destacando que a extração de minério traz danos irreparáveis ao meio ambiente.