Consultas e cirurgias de pacientes do SUS foram canceladas pelo hospital devido a atraso no repasse municipal. Executivo garante que está em dia
Mais uma vez os convênios entre a Prefeitura de Mariana e o Hospital Monsenhor Horta voltam a ser tema de debate entre os vereadores. A reunião da segunda-feira (23) contou com a presença do secretário de Saúde, Danilo Brito, e sua equipe, que esclareceram as dúvidas dos edis.
O assunto se estendeu por mais de 2h e gerou muita contestação. O início da discussão foi na reunião do dia 16, quando os vereadores levaram à Plenária a denúncia de que o Hospital teria negado atendimento a um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) por atraso no repasse de recursos da prefeitura. Já nesta semana (23) o assunto se intensificou após o vereador Bruno Mól (PMDB) relatar o cancelamento de cirurgias pelo hospital, pelo mesmo motivo. O secretário Danilo afirma que só ficou sabendo da medida quando os pacientes foram procurar a secretaria. “Em nenhum momento fomos notificados dos cancelamentos e nem sabemos ainda as razões dessa medida. A crise está na direção do hospital, não em nossa secretaria”, garantiu o secretário, que ainda enfatizou que das 17 cirurgias desmarcadas, cinco já foram agendadas.
Sobre a dívida, a coordenadora do departamento de Regulação, Helga Tabari, afirma que a Secretaria está em dia, visto que após receber a planilha dos serviços pelo hospital, é realizada a conferência e só aí é feito o pagamento, que pode ocorrer em até 90 dias. “Hoje, o que temos de pagar ao hospital é o valor de aproximadamente R$ 425 mil, referentes ao contrato de cirurgia e exames. O vencimento foi no dia 06/10, ou seja, ainda estamos dentro do prazo”, esclareceu a coordenadora.
Já o hospital alega que a dívida chega a mais de R$ 1 milhão, segundo o vereador Zezé de Nego. Mas a secretaria contesta o valor e aguarda agendamento de uma reunião com representantes do hospital para elucidar a planilha de serviços. Dos três contratos que o Executivo mantém, foi assumido um acordo com a direção do Hospital para pagamento de débito do maior deles que, segundo Danilo, foi pago no dia 9 de outubro.
Já o diretor do hospital, Wagner Dias, informou por ofício à Câmara, que houve negociação e parte da dívida foi paga.
Os vereadores aprovaram um requerimento que convoca o diretor do Hospital, Wagner Dias, e o diretor da Rede São Camilo, Jorge Alves, para esclarecerem o motivo das suspensões das cirurgias eletivas. A reportagem do jornal O LIBERAL procurou a administração do hospital para esclarecer o assunto, mas foi orientada a procurar a assessoria de imprensa da Rede São Camilo, que fica em São Paulo. A reportagem fez o contato, mas até o fechamento dessa edição nenhuma resposta foi encaminhada. A secretaria de Saúde diz que aguarda o agendamento da reunião pelo hospital.