Com novas cores, fachada bege, portas e janelas em vinho, a igreja oficial das celebrações da Arquidiocese de Mariana, a basílica de Nossa Senhora da Assunção, conhecida também como Catedral (Sé) pode ser vista por completo por marianenses e turistas após serem retirados os tapumes que a cercava. No início de dezembro foram concluídas as obras da primeira etapa de restauração da Sé.
De acordo com a arquiteta do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) de Mariana e fiscal das ações do PAC na cidade, Flora Passos, nessa primeira etapa foram realizados serviços de restauração, incluindo consolidação e reforço estrutural, com monitoramento arqueológico, drenagem de águas pluviais e instalações hidrossanitárias, o que totalizou cerca de R$ 2,72 milhões, recursos do programa Avançar, do Governo Federal, por meio do IPHAN.
“É gratificante ver que nossa matriz e um dos mais importantes templos religiosos do Brasil fica bela cada dia mais. Todos, principalmente os marianenses, não vêem a hora de podermos voltar a assistir as missas nesse espaço que faz parte da nossa história”, destacou o prefeito Duarte Júnior.
Ainda segundo a arquiteta não há previsão de quando a catedral será reaberta ao público, visto que isso dependerá do cronograma da segunda etapa de restauração. “Está em fase final de publicação um processo de licitação para o início de uma próxima etapa de intervenções, referente a restauração dos elementos artísticos integrados da igreja, tal como forro e retábulos, e projetos complementares. A reabertura da Sé ao público dependerá do cronograma dessa segunda etapa, com previsão de ser iniciada ainda no início de 2018”, afirmou.
Catedral – A Catedral de Nossa Senhora da Assunção – a Sé – teve sua origem na primitiva capelinha da Conceição, fundada em 1703, pelo capitão Antônio Pereira Machado. Dez anos mais tarde, no mesmo local da capela, iniciaram-se as obras de construção da Matriz, em madeira e taipa, pelo mestre Jacinto Barbosa Lopes. Ao longo dos anos diversas obras foram ali empreendidas, e contou com a atuação de vários mestres reconhecidos, entre eles José Pereira Arouca.
Em 1798, decidiu-se pela reedificação do bem respeitando os padrões arquitetônicos originais e optou-se pela utilização pedra e cal na fachada frontal, conferindo a ela o aspecto sóbrio do barroco jesuítico. Seu interior guarda um dos mais ricos e significativos conjuntos de talha de Minas Gerais, revelando diversas etapas do barroco luso-brasileiro. Merece destaque a pintura do batistério, atribuída a Manuel da Costa Athayde, e o Órgão Arp Schnitger, doado no século XVIII, por D. João V, à Sé de Mariana.