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Chuvas provocam mais revolta com as obras do Túnel Bala

Chuvas provocam mais revolta com as obras do Túnel Bala

Além da situação de emergência em função das chuvas, Mariana é castigada na última semana pelos transtornos da obra de transposição do córrego do Catete, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, uma das mais importantes vias de ligação da cidade. O período chuvoso aumenta a indignação de comerciantes que, se não bastassem os problemas preliminares, deparam com o agravamento da situação: rachaduras no chão, trincas em parede, sujeira e barro excessivos na porta dos estabelecimentos comerciais, acarretando a queda drástica do movimento justamente no fim do ano.

A obra estava programada para se encerrar em novembro. O excesso de precipitações também levou ao rompimento da tubulação na colocação de manilhas em frente ao Posto Petrobrás, o que resultou em mais atrasos, para desespero de Gilmar Marques, proprietário de auto elétrica, a qual está atualmente em frente a uma imensa cratera. “Nossa família está vivendo um verdadeiro pesadelo. No começo era barulho e muita poeira, agora é barro e o risco iminente desse buraco ceder e atingir nosso imóvel, que já apresenta uma rachadura externa. Não sabemos até quando isso vai durar”, diz o comerciante, que ainda teve que fechar parte do estabelecimento para abrigar o canteiro de obras.

Já Antônio Carlos Ramos, o Toninho, também contabiliza os prejuízos. “Fui obrigado a ficar 18 dias desalojado de meu próprio estabelecimento, com as contas e despesas a pagar. Não somos contrários à obra, mas poderia ter havido mais planejamento e diálogo com os comerciantes que têm sido muito prejudicados”, indigna-se. Na tarde de segunda-feira (19), representantes da Completa Engenharia, empresa responsável pelas obras do Catete, estiveram no local para avaliar a situação da obra com os temporais. “Estamos solidários aos comerciantes e prosseguiremos normalmente com o cronograma”, garante o diretor da empresa, Marcos Moutin. Os comerciantes cogitam a possibilidade de pleitear danos morais e materiais contra a administração.

Secretário de obras presta esclarecimentos

O assunto foi destaque da penúltima reunião ordinária do ano do legislativo marianense. O secretário Municipal de Obras, Altair Marchetti Júnior, prestou esclarecimentos aos vereadores referentes à obra e disse que contrato para o projeto foi assinado em 16 de maio, na gestão do então prefeito interino, Geraldo Sales de Souza, o Bambu, no valor de mais de R$ 28 milhões. “No entanto, no dia 2 de agosto, ele passou a vigorar com o valor de R$ 20.147.348,10. A partir do momento que assumimos a pasta, em 1º de setembro, atemos-no à execução da planilha de gastos, tocando a obra de acordo com o que estava previsto e programado, e trabalhando ao máximo para amenizar os impactos às pessoas, sobretudo àqueles comerciantes. Em relação ao manilhamento das laterais, caso não tivéssemos chuvas tão intensas nos últimos dias a mesma já estaria concluída”, disse o secretário, que ainda reconheceu o período impróprio para a empreitada, mas reiterou que está cumprindo “apenas o cronograma”. Bambu questionou a implantação das manilhas. “Esta obra não está no projeto. Já denunciamos essa situação ao Ministério Público e gostaríamos de ter acesso a essa planilha de gastos, pois contratamos a obra e precisamos nos defender. É necessária uma auditoria do TCE”, defende-se o presidente da Casa.

O secretário de Obras informou ainda que o Túnel Bala poderá ser finalizado ainda neste mês de dezembro, já que faltariam menos de 40 metros de interligação. “Mas a obra não se resume somente ao túnel. Precisaremos da aprovação da reforma do canal e da interligação do túnel até o Ribeirão do Carmo, uma dotação em torno de R$ 4 millhões”. Com isso, o montante para a transposição passaria para R$ 24,8 milhões. “Se tudo ocorrer bem e o tempo colaborar, até fevereiro de 2012 estaremos com toda a obra concluída. Confiamos nos benefícios maiores que com certeza virão e atender a todos”. No entanto, o vereador Bruno Mol demonstrou sua preocupação com a obra, já que “a Avenida Nossa Senhora do Carmo é o centro comercial de Mariana e as conseqüências dos transtornos podem gerar problemas socioeconômicos para toda a cidade”.

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