O Liberal
Mariana
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Caminhoneiros mantêm rodovias paralisadas e país pode entrar em caos

Caminhoneiros mantêm rodovias paralisadas e país pode entrar em caos

Desabastecimento de alimentos e falta de transporte público são consequências da escassez de combustível

Os protestos de caminhoneiros contra a alta no preço dos combustíveis, que ocorrem desde a segunda-feira (21) nas rodovias do país têm gerado problemas nos abastecimentos de postos de gasolina. Com a paralisação, caminhões-tanque não conseguem chegar aos postos para repor os estoques.

Na quarta-feira (23) em Ouro Preto e Mariana, os postos já não tinham mais combustível para abastecimento. Na quinta-feira (24) um posto de Ouro Preto conseguiu reabastecer seu posto com combustível, segundo informações, por produto que estava em estoque. Em Itabirito restavam apenas alguns postos, mas com pequeno estoque, que de acordo com os proprietários duraram somente a parte da manhã.

Outro agravante foi a sinalização das empresas de transporte público dos Municípios de Ouro Preto e Mariana de que os ônibus circularão com a escala reduzida.

Em alguns estados, a distribuição de alimentos e o fluxo industrial também já foram afetados. Os Correios anunciaram a suspensão das entregas de encomendas com dia e hora marcados: as modalidades Sedex 10, 12 e Hoje.

Executivo

A prefeitura de Ouro Preto divulgou um comunicado pedindo a motoristas que estiverem com o veículo na reserva, que evitem utilizá-lo até que a situação se normalize, para que eles não entrem em “pane seca” e causem congestionamento nas vias da cidade.

Transporte público

Já as empresas responsáveis pelo transporte público de passageiros nas três cidades, assim como a viação Pássaro Verde, que faz as linhas Mariana, Ouro Preto, Belo Horizonte e vice e versa, anunciaram redução nos horários dos ônibus, devido à escassez do combustível.

Paralisação dos restaurantes das federais

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e o Instituto Federal de Minas Gerais/Campus Ouro Preto (IFMG) informaram por nota, que devido a greve, não conseguiram receber os gêneros alimentícios necessários para o funcionamento regular dos restaurantes. O IFMG cancelou ainda as aulas de quinta, devido aos horários reduzidos nos horários do transporte público, mantendo somente os serviços administrativos e de rotina.

Na quinta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que conseguiu 13 liminares na Justiça, com decisões provisórias, para impedir o bloqueio das rodovias federais por caminhoneiros grevistas no Distrito Federal e em 9 estados. Em alguns locais, há mais de uma liminar.

Negociações

Uma reunião entre representantes da categoria com a Casa Civil foi agendada para a tarde de quinta-feira, as 14h. De acordo com publicação da Revista Veja, O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, teria deixado a reunião antes do término, e afirmou que “a entidade mantém posição de manutenção da greve dos motoristas”.

Ainda segundo Lopes, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, pediu na reunião “voto de confiança” de 15 dias ou um mês para o governo atender a exigência de redução da carga tributária sobre o diesel, o que foi aceito por outras entidades que participaram do encontro.

Prática abusiva

Com a grande demanda e a pequena oferta, alguns postos de gasolina estão superfaturando os preços dos combustíveis. Além disso, onde há combustível, há filas gigantescas, causando grandes engarrafamentos. O motorista Reinaldo Costa Brito, de Ouro Preto, contou que chegou a pagar R$7,99 no litro do combustível na quarta-feira. “É um absurdo. Os donos aproveitaram da greve para lucrar em cima do movimento. Só estou abastecendo porque preciso trabalhar enquanto o país não para”, justificou.

Em Recife, um posto que chegou a cobrar R$8,99 por litro de gasolina. Com a repercussão nas redes sociais, o proprietário foi autuado pelo Procon da cidade por elevar sem justa causa o valor de produtos e serviços. O proprietário terá que ficar fechado por 72 horas e pagar uma multa de R$500 mil, segundo informações da Veja Pernambuco.

O alerta do Procon, para qualquer cidade, é de que quem for abastecer e o preço estiver acima, peça a nota fiscal e depois procure a instituição.

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