Evento reuniu mais de 100 alunos de escolas itabiritenses e de Amarantina e promoveu interação entre estudantes
Estudantes de Itabirito deram exemplo de pensamento inovador no primeiro fim de semana de dezembro. Mais de 100 alunos de escolas da cidade, além de duas outras instituições de Amarantina, apresentaram seus trabalhos escolares no 1º Circuito Regional de Feira de Ciências. Iniciativa do Instituto Federal de Minas Gerais Campus Itabirito, o Circuito reuniu os melhores trabalhos apresentados em feiras de ciências das escolas ao longo do ano. E as escolas da rede municipal mostraram toda a qualidade, conquistando prêmios e atenção do público.
Dez escolas apresentaram trabalhos no Circuito, sendo três municipais de Itabirito: Escola Municipal Manoel Salvador, Escola Municipal Ana Amélia Queiroz e Escola Municipal José Ferreira Bastos. As temáticas giraram em torno do tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que foi “Ciência Alimentando o Brasil”, mas nos corredores do IFMG, onde o Circuito aconteceu, no dia 03-12, era possível encontrar trabalhos com as mais diversas abordagens.
A Escola Municipal José Ferreira Bastos, por exemplo, conquistou o prêmio de escola destaque da rede municipal, pois obteve a melhor média entre as escolas municipais participantes. Um dos trabalhos que mais chamaram a atenção na feira foi da escola. Os estudantes trabalharam as influências da indústria na alimentação e mostraram aos visitantes a quantidade de açúcar que cada alimento possui. A estudante Bárbara Rodrigues Mateus conta que se surpreendeu com o que aprendeu. “Eu não fazia ideia da quantidade de óleo que uma fatia de mussarela ou uma fatia de pão tem. Esse trabalho é importante para dar para as pessoas uma visão realista do que elas estão consumindo”, afirma.
Já o trio Sophia Vieira, Gustavo Vinícius e Cristina Rodrigues conseguiu despertar a curiosidade do público com um trabalho simples, porém muito interessante. Eles criaram óculos de realidade virtual caseiro. Usando um molde de papelão, eles fizeram o modelo dos óculos, que permitia o encaixe de um smartphone. O visitante, então, experimentava o instrumento e podia ter a experiência de estar em uma montanha-russa. “Nas feiras de tecnologia os estandes de realidade virtual sempre atraem muito público. Nós conseguimos trabalhar uma versão acessível dele. Foi muito legal pesquisar sobre o tema”, afirma Sophia Vieira. Pelo trabalho, eles conquistaram o 1º lugar do nível fundamental na categoria Engenharia e Tecnologias.
Outra escola municipal que deu um exemplo de inovação foi o Cemi (Centro Educacional Municipal Professor Alcides Rodrigues Pereira). Coordenados pelos professores Alessandra Paranhos, de Ciências, e Frederico Leite, de Geografia, eles apresentaram o trabalho “Alfabetização Ambiental do Córrego da Carioca”. Mais do que um trabalho de escola, essa é uma intervenção que busca mudar a realidade do bairro. “É um trabalho interdisciplinar. Fizemos análise da qualidade da água, pesquisa histórica para saber como era o córrego e como ele mudou e estamos trabalhando a conscientização dos moradores sobre a importância de cultivar agricultura orgânica às margens do córrego”, explica o professor Frederico. Eles também promoveram o plantio de 36 mudas de árvores às margens do córrego, como ipês, jatobás e embaúbas. Segundo os professores, o trabalho continuará no ano que vem, com outra turma, e o objetivo é causar real impacto na preservação do espaço.
Interesse dos alunos
O idealizador do Circuito e professor do IFMG, Bruno da Fonseca Gonçalves, afirma que mais importantes que os trabalhos em si é o efeito que eles provocam nos estudantes. “O principal objetivo do Circuito é promover o engajamento dos estudantes com o aprendizado da temática. É muito bom quando o aluno se interessa, se envolve junto com o professor na pesquisa. Isso faz com que eles tenham um outro olhar para o ensino”, afirma.
A diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação Águida Mercês esteve na feira para conferir os trabalhos dos estudantes. Ela ressaltou a importância da interação com alunos de outras escolas, além de fazer com que os alunos se engajem em atividades práticas. “Antes de tudo é um incentivo, porque eles desenvolvem um olhar mais profundo em relação àquele trabalho. Quanto mais contextualização, quanto mais atividades práticas, melhor é o aprendizado. Eles saem daquela situação de mero registro e não vão se esquecer daquilo nunca mais”, análise.
Premiação
O Circuito de Ciências reuniu 33 trabalhos, de dez escolas municipais. Na premiação, o IFMG buscou valorizar a produção de cada rede, no intuito de incentivar os estudantes. Para tanto, a coordenação do Circuito dividiu os trabalhos em nível fundamental e médio e também por categoria: “ciências humanas e linguagens”, “engenharias e tecnologias”, “ciências exatas e biológicas” e “ciências humanas”. Confira abaixo os premiados em cada categoria.
Nível fundamental – Categoria Engenharia e Tecnologias
1º Lugar: Escola Municipal Manoel Salvador de Oliveira
Trabalho: Realidade Virtual
2º Lugar: Escola Estadual Raul Soares
Trabalho: Quadricóptero
3º Lugar: Escola Municipal Manoel Salvador de Oliveira
Trabalho: Destilador Químico
Nível fundamental – Categoria Ciências Exatas e Biológicas
1º Lugar: Cemi
Trabalho: Alfabetização Ambiental do Córrego da Carioca
2º Lugar: Escola Municipal José Ferreira Bastos
Trabalho: Influências da indústria na alimentação
3º Lugar: Escola Municipal Major Raimundo Felicíssimo
Trabalho: Poder dos Sucos
Nível fundamental – Categoria Ciências Humanas e Linguagens
1º Lugar: Escola Estadual Doutor Raul Soares
Trabalho: Mapa Tátil
2º Lugar: Escola Municipal José Ferreira Bastos
Trabalho: Diversidade Alimentar
3º Lugar: Escola Municipal Manoel Salvador de Oliveira
Trabalho: Reutilização de Roupas e Tecidos
Nível Médio – Categoria Engenharia e Tecnologias
1º IFMG
Trabalho: Casa Sustentável
2º Escola Estadual Engenheiro Queiroz Júnior
Trabalho: Transporte Ferroviário de Alimentos
3º Escola Estadual Intendente Câmara
Trabalho: Motor Termoelétrico
Nível médio – Categoria Ciências Exatas e Biológicas
1º IFMG
Trabalho: Beleza Orgânica
2º Escola Estadual Engenheiro Queiroz Júnior
Trabalho: Feira tóxica
3º Escola de Ensino Médio de Amarantina
Trabalho: Microscopia da higiene
Nível médio – Categoria Ciências Humanas e Linguagens
1º Lugar: IFMG
Trabalho: O Poder da Mente
2º Lugar: IFMG
Trabalho: Sala de Torturas da Ditadura
Escolas destaque
Rede estadual: Escola Estadual Engenheiro Queiroz Júnior
Rede municipal: Escola Municipal José Ferreira Bastos
Premiação Geral
Ensino fundamental: Robótica na Agricultura (IFMG)
Ensino médio: Sistema de irrigação automatizado (IFMG)
