Os desafios da segurança hídrica e da manutenção de barragens foram o eixo da segunda mesa-redonda realizada pela 46ª Assembleia Nacional da Assemae. O debate no dia 17 de maio, na Sociedade Cultura Artística (Scar) de Jaraguá do Sul, com a participação do presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo e do coordenador nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Pedro Melchios, e o diretor presidente do Saae de Itabirito e presidente da Assemae Regional de Minas Gerais, Wagner Melillo.
Segundo Melillo, podemos afirmar que tratar da segurança hídrica é tratar da sobrevivência do homem na Terra, portanto deve se tornar o foco principal dos gestores, e também de todos os cidadãos. E alertou: uma das falhas na “Lei das Águas” pode ter sido a ausência da responsabilização dos gestores municipais. Isso porque é nas cidades que os conflitos pelo uso da água tornam-se mais intensos e onde nos deparamos com as ações antrópicas mais severas no comprometimento da qualidade das águas. Por esta razão, os municípios deveriam ter mais atribuições com respeito à água e definindo políticas públicas de uso, de gestão, de ocupação do solo, enfim, um olhar municipalista também sobre as águas.
O palestrante debateu também sobre “Segurança hídrica e os desafios da manutenção e prevenção de barragens e seus impactos aos municípios”, citando o caso da cidade de Mariana que foi destaque mundial entre inúmeros incidentes ocorridos com barragens de rejeito de mineração. Melillo afirmou ‘’ Só em meu município, Itabirito, vizinho a cidade de Mariana já houveram dois graves rompimentos. As recorrências mostram que o Estado tem dificuldades nas ações de fiscalização das barragens de rejeito.
A participação de Melillo na 46ª Assembleia da Assemae continuou durante toda a semana nas mesas redondas com o objetivo de criar novas direções para o saneamento no Brasil.