A Secretaria Municipal de Assistência Social e o Fórum de Itabirito promoveram uma roda de conversa entre mulheres de várias entidades para debater o problema da violência contra a mulher e estimular a paz na casa das famílias. “A Virada Mineira pelo Fim da Violência e Justiça pela Paz em Casa”, aconteceu no final de tarde de segunda-feira (11/12) no Cine Pax e contou com a participação de Organizações da Sociedade Civil e Movimentos Sociais de Defesa da Mulher.
Os índices de violência contra a mulher preocupam e para se ter uma ideia, em 2016, tramitaram na Justiça do País mais de um milhão de processos referentes à violência doméstica contra a mulher, o que corresponde, em média, a um processo para cada 100 mulheres brasileiras. Desses, pelo menos 13,5 mil são casos de feminicídio. Os dados foram apresentados em outubro deste ano pela presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, durante a 261ª Sessão Ordinária do CNJ.
A secretária Municipal de Assistência Social, Jussara Vieira, informou durante a abertura do evento, que diante dos altos índices de violência faz-se urgente pensar em estratégias e unir forças com o Poder Judiciário para enfrentar essa questão.
“Precisamos atuar de forma articulada entre poder público, movimentos sociais, organizações da sociedade civil, segurança pública e comunidade, potencializar ações, visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção, divulgar equipamentos e serviços ofertados para o atendimento as mulheres vítimas de violência e enfrentarmos este fenômeno chamado de Fenômeno da Hostilidade.”, afirmou Jussara.
Ela acrescentou que o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) oferece serviço especializado, acompanhamento Psicossocial e Jurídico às mulheres que estão em situação de risco pessoal e social e passam por violência doméstica. “A equipe do CREAS é formada por assistentes sociais, psicóloga e advogada. Trabalhamos com orientação e apoio para que as mulheres possam superar a situação em que elas se encontram”, ressalta.
Também presente ao evento, o juiz de Direito e de Execuções Penais da Comarca de Itabirito, Antônio Francisco Gonçalves, disse que é imperativo denunciar todo o tipo de agressão contra as mulheres e também punir com rigor os agressores. Ele contou que em 2017, o Fórum deferiu em Itabirito cerca de 300 medidas protetivas em socorro às mulheres vítimas de violência.
“É um número elevado e mostra que devemos unir forças para combater este mal e também dar todo apoio à vitima de agressão”, afirmou o magistrado. Ele considerou este tipo de evento importante, pois é uma forma eficaz de debater o problema com entidades voltadas para a proteção das mulheres e a partir daí buscar soluções para atuar de forma preventiva.
A coordenadora do Coletivo Feminista Pagu de Itabirito, Tais Corrêa, também elogiou a iniciativa da prefeitura em promover esse debate. Segundo ela a violência contra a mulher e o feminicídio são temas urgentes, que devem ser discutidos com toda a sociedade, pois as mulheres são vítimas constantes de todo tipo de agressão.
Participaram do debate as Organizações da Sociedade Civil a Associação Amor Exigente, Associação Casa Lar de Itabirito, Associação Adolescer para a Vida, Mulheres que Realizam, Mulheres em Ação, Conselho Tutelar, equipe da Assistência, Social, representantes da saúde, educação, Procurador do Município Dr. João Batista, além de representantes do Judiciário, da Guarda Municipal e da Polícia Civil.