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UFOP: Professores de Ouro Preto apoiam a Paralisação Nacional de Educação e se reúnem no Centro Histórico do município

UFOP: Professores de Ouro Preto apoiam a Paralisação Nacional de Educação e se reúnem no Centro Histórico do município

Imagem: Marcos Delamore    

Por: Marcos Delamore

A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Ouro Preto (ADUFOP) aprovou, em assembleia realizada na última segunda-feira (23), a adesão à Paralisação Nacional da Educação, definida para esta quinta-feira, dia 26 de junho. O ato aconteceu na Praça Tiradentes, no Centro Histórico de Ouro Preto, de 9h às 12h.

A mobilização dos professores da instituição de ensino superior de Ouro Preto compõe um movimento nacional, que convoca diversas entidades e associações de Minas Gerais e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

Em entrevista ao Jornal O Liberal Inconfidentes, a presidenta da ADUFOP, Kathiuça Bertollo, informou o viés e o contexto do movimento nacional. “Hoje é um dia nacional de paralisação da educação. As entidades Andes, Fasubra e Sinasefe convocaram suas bases para aderir nos locais de trabalho e em Brasília. Amanhã (27), faz um ano da assinatura do acordo da greve da educação, que aconteceu ano passado. Dentre as diversas questões e pautas negociadas com o Governo, apenas duas foram cumpridas até o momento. Sete ainda estão em aberto. Elas são importantes para a categoria docente, para os técnicos e para o movimento estudantil, porque dizem respeito a questões estruturantes da universidade”, afirmou a presidenta.

Ela ainda mencionou os riscos da retomada da reforma administrativa para a educação pública. “Além de não cumprir o acordo de greve, o Governo está avançando no contexto da reforma administrativa, que vai trazer impactos e prejuízos para o funcionalismo público e para as políticas sociais públicas. Este ato é para demarcar uma posição contrária à reforma administrativa. A paralisação é para reivindicar orçamento, financiamento, condições laborais adequadas para docentes e técnicos, políticas de permanência e assistência estudantil, contra a reforma administrativa, todos esses dilemas que impactam a educação, a universidade e institutos federais”, destacou Kathiuça.     

Segundo a ADUFOP, a paralisação denuncia a crise orçamentária das universidades, o não cumprimento do acordo de greve de 2024 e os riscos da retomada da reforma administrativa (PEC 32). Em nota oficial, a organização convidou a comunidade estudantil para se unir em defesa da educação pública. “A educação pública pede socorro! Junte-se a nós na defesa da UFOP e da educação pública, gratuita e de qualidade”.

A representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFOP, Letícia, comentou sobre a adesão à Paralisação Nacional da Educação e os cortes orçamentários que têm influenciado a comunidade estudantil. “A mobilização é uma das formas de reforçar ao Governo Federal que o orçamento é insuficiente e que é necessário ampliar a verba para a educação pública, para garantir o funcionamento básico da universidade. Nós estamos aqui, hoje, porque esse cenário é muito prejudicial. Estamos vendo a universidade ser tomada aos poucos”, revelou Letícia.

Outra liderança presente na paralisação é o Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos da UFOP (ASSUFOP). O presidente da entidade, Gabriel Lima, reiterou a posição contrária dos técnicos-administrativos diante da reforma administrativa. “O Congresso Nacional tem um grupo de trabalho que discute a reforma administrativa do Executivo Federal e essa discussão começa atacando muito o serviço público e os servidores públicos. Um ataque contra os direitos já conquistados pela categoria e contra o serviço à população. Nós, do movimento sindical, entendemos que ter o serviço público forte é muito importante para que a população seja bem atendida. Paralelamente a isso, vemos o Congresso Nacional fazer um ataque ao orçamento das universidades. O gasto com a educação não é gasto, é investimento. Queremos uma universidade forte, serviços públicos fortes e um orçamento para poder bancar isso tudo”, disse Gabriel.     

As discussões abordam as seguintes tratativas:

● Contra os cortes e a precarização da educação pública.

● Contra as demissões de terceirizados.

● Contra a PEC 32 e os ataques aos serviços públicos.

● Pelo cumpri mento do acordo da greve de 2024.

●  Pela recomposição real do orçamento das universidades.

O representante da diretoria da ASSUFOP, Du Evangelista, relatou que a mobilização busca melhorias das condições de trabalho nas universidades.

“Sofremos, desde 2016, com a retirada de recursos da universidade e com perdas de direitos. Atualmente, o Governo Federal aceitou uma pauta de reivindicações feita por nós, mas não cumpriu com ela, na integralidade. Precisamos que a categoria seja valorizada e tenha seus direitos garantidos. Juntamos todas as categorias do serviço público de Ouro Preto na educação para unir esforços para que o atual governo cumpra com todas as pautas que foram levantadas durante a greve do ano passado”, destacou Du Evangelista.

O ex-presidente da ASSUFOP, Hilton Timóteo Rodrigues, enfatizou a luta dos servidores públicos pelos direitos e por garantias para a categoria. “Eu me aposentei da UFOP, mas não me aposentei na luta. O Governo não permite que eu aposente da luta. Ele precisa respeitar a educação, a saúde, a moradia. Ele não faz nada disso. Vou morrer lutando. Esse é o legado que eu vou deixar”, anunciou Hilton Timóteo. 

O ato de protesto do corpo docente da UFOP uniu os estudantes, técnicos e servidores terceirizados, e promoveram uma ampla mobilização e alerta sobre os riscos desses pontos para a educação pública. A paralisação cumpriu agenda em todo o território nacional e outras cidades também aderiram ao movimento do setor educacional e de ensino superior.

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