Imagem: Luiz Filipe Nascimento
Reportagem: Gabriel Ferreira
Na manhã desta última segunda-feira (16), a Samarco realizou um evento para anunciar a reativação de um de seus Concentradores e a implementação de mais uma planta de filtragem de rejeitos, no Complexo de Germano. A reinauguração acontece após 9 anos do desastre em Mariana, com promessas por parte da mineradora de realizar uma retomada segura e responsável, sem a utilização de barragens. A estimativa com a duplicação da produção é de atingir 60% da capacidade total da empresa.
No primeiro momento, foi realizada uma apresentação do plano de retomada e uma coletiva com o presidente da Samarco, Rodrigo Vilela. Ele foi questionado sobre o impacto social da grande quantidade de colaboradores flutuantes presentes nas cidades em que a mineradora atua, além das responsabilidades a serem assumidas vindas da Fundação Renova e ainda sobre o processo julgado em Londres.
Vilela afirmou que tem ciência do impacto causado pela mão de obra flutuante nos municípios, mas que é realizado um controle residencial com os moradores por parte da empresa. Além disso, ele reforça que a intenção seria substituir essa mão de obra de ‘flutuante’, por uma ‘não-flutuante’, visando um trabalho mais qualificado e priorizando trabalhadores das próprias regiões. Vilela também mencionou uma possibilidade de políticas públicas de proibição da circulação de veículos das mineradoras nos centros históricos das cidades, algo visto de forma recorrente pela população.
Sobre as responsabilidades assumidas da Renova, o presidente afirmou que a transição ocorrerá até outubro de 2025, sendo de obrigação da própria Samarco as indenizações, o reassentamento e ações visando a sustentabilidade. No mais, outros compromissos serão repassados ao governo federal.
Quanto ao julgamento de Londres, Rodrigo Vilela afirma que a empresa acompanha a situação de perto, embora acreditem que o acordo de repactuação proposto no Brasil atenda às necessidades do munícipio e também da população, esperando assim, o fim do processo que corre no exterior.
Antes da então aguardada retomada oficial, houve um momento de depoimentos por parte de representantes da mineradora, do executivo local e também do governo federal. O destaque fica por conta do atual prefeito de Mariana, Celso Cota e o prefeito eleito, Juliano Duarte. Ambos trouxeram questões sobre a importância da mineração pra região, enfatizando a necessidade de ser realizada de forma responsável. Além disso, demonstraram também insatisfação com os termos do Novo Acordo de Repactuação, especialmente quanto à quantidade de parcelas, deixando claro que a administração pública buscará manter um diálogo mútuo nas ações previstas pela empresa, mas que tentará também uma melhora nas condições do acordo.
Por fim, o acionamento do botão que marcou oficialmente a retomada, encerrou a cerimônia. A Samarco estima um volume de produção na casa das 15 milhões de toneladas para 2025, além da retomada integral de produção, atingindo 100% da capacidade, até 2028.