Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mariana (Sindserv) protestou durante a Reunião Extraordinária desta sexta-feira. Imagem: Captura de tela/ Câmara Municipal de Mariana
Por: Amanda de Paula Almeida
Durante a 2ª Reunião Extraordinária nesta sexta-feira (21), vereadores trataram sobre o Projeto de Lei nº 37 de 2025 que prevê reajuste de 5% retroativo a 1º de janeiro, além de um vale-alimentação de R$660,00. Apesar da intensa manifestação dos servidores públicos presentes durante a reunião, o reajuste foi aprovado por maioria, contanto com os votos contrários dos vereadores Marcelo Macedo (PSDB), Zezinho Salete (PSDB) e José Salles (PDT).
O reajuste, considerado incondizente com a realidade do município para os servidores, está sendo discutido ao longo da semana. Nesta quarta-feira, Juliano Duarte publicou um vídeo em suas redes sociais explicando o valor do reajuste, após manifestação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mariana (Sindserv). No vídeo, o prefeito explica que assumiu uma prefeitura sem caixa e com obras emergenciais que custarão ao município um montante de mais de R$70 milhões, como as pontes do Distrito de Águas Claras, em que parte da população está ilhada, a Rua Hélvio Moreira Morais, que enfrenta um problema de drenagem, afetando as moradias e outras obras urgentes por todo o município.
Entretanto, a justificativa não foi suficiente para o Sindserv, que se reuniu em uma Assembleia Geral na tarde de quinta-feira (20). Os servidores se manifestaram durante a Reunião Extraordinária desta sexta-feira (21) com frases de ordem dizendo “5% não”. O presidente do Sindserv, Francisco de Assis, explicou que o sindicato exige 11,02% de reajuste e R$1.000,00 de vale alimentação.
“Sabemos que tem pessoas que estão passando necessidade, não é só alimentação, o custo de vida é um absurdo em Mariana. (…) Preferimos continuar lutando em prol do nosso direito do que ser subjugado à uma condição de desrespeito”, afirmou o presidente do Sindicato.
Além da questão do reajuste, o presidente do Sindserv também debateu sobre a necessidade de melhorias nos estatutos, planos de carreira e piso salarial. Até o momento, os servidores mantêm paralisação até segunda-feira e manifestação na terça-feira para reivindicar uma abertura para negociações com o prefeito.
O vereador Marcelo Macedo, única oposição atual do governo, questionou a falta de diálogo do poder executivo com o sindicato para tomar a decisão e defendeu um aumento percentual igual ao aprovado em 2022 de 16,24%. Para o vereador, é incondizente a postura do município em relação ao reajuste com o orçamento de mais de R$950 milhões: “Por que a gente não retira o projeto e daqui a seis meses retorna o projeto e vamos melhorar essa porcentagem? O que está acontecendo aqui hoje é uma covardia”, declarou o vereador.
Os vereadores que votaram a favor encontraram dificuldades para explanar suas opiniões, sendo constantemente interrompidos por protestos dos servidores. O vereador Manoel Douglas (PV), se disse aberto a negociações e conversas com o Sindserv, mas acredita que a discussão tem que ser feita em concordância com o executivo: “Eu acho que a gente tem que parar de fazer política, defendo valorizar o servidor, mas não defendo a politicagem.”, finalizou o vereador.