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Manifestantes de movimento de luta por moradia ocupam Centro Histórico de Ouro Preto

Manifestantes de movimento de luta por moradia ocupam Centro Histórico de Ouro Preto

Imagem: Mateus Delamore / Por: Marcos Delamore

Um grupo de manifestantes do movimento de luta por moradia ocupou a Praça Tiradentes, em Ouro Preto, nesta terça-feira (27), em um ato de expressão contrário ao grave cenário de crise habitacional no município. O protesto buscou a mobilização para a 7ª Audiência Pública de 2025, que aconteceu, na Câmara Municipal, no dia seguinte. A finalidade do encontro foi dialogar sobre as negociações com a Prefeitura acerca das intenções de uso das “Terras da Febem” e as “Terras da Novelis”.

O contexto do déficit habitacional na cidade histórica e a situação crônica de famílias que vivem em áreas de alto risco geológico acende as discussões na Câmara dos Vereadores de Ouro Preto e no processo de revisão do Plano Diretor local. A atenção está voltada para um desenvolvimento urbano planejado.

O vereador Wanderley Kuruzu (PT), atuante na pauta de moradia, direitos humanos e segurança alimentar, foi o mediador da audiência pública e esclareceu que as áreas poderiam ser usadas para abrigar famílias de baixa renda e também da classe média.

“São 300 hectares, que correspondem a aproximadamente 500 campos de futebol, de terras públicas completamente abandonadas na entrada da cidade e pertencentes ao Estado de Minas Gerais. Um projeto foi desenvolvido e revelou que, em quinze hectares, cabem quinhentas unidades habitacionais, podendo promover o programa “Minha Casa, Minha Vida”, entre as faixas 1 e 4”, afirmou o parlamentar.

Os manifestantes indicaram que os terrenos permitem a expansão urbana da cidade e evitam a construção em espaços de risco para suas vidas. O movimento social “Ocupação Chico Rei”, há cerca de nove anos, tem buscado medidas e alternativas para chamar a atenção diante da pauta desse patrimônio público.

Durante o protesto no Centro Histórico de Ouro Preto e em frente à Casa Legislativa, os integrantes do grupo ergueram faixas com os dizeres: “Queremos que as terras da ‘Novelis’ e ‘Febem’ para o povo morar”, “Nossa luta é por todos que não tem casa”, “Não pedimos nada ‘de graça’, mas sim, a valores acessíveis”, e “Audiência Pública nesta quarta-feira, às 18h, na Câmara Municipal”.

Segundo Kuruzu, a crise habitacional e o aumento no preço dos aluguéis na Cidade Patrimônio Cultural da Humanidade estão pautados em dois pilares. “A cidade, que ostenta o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco, vive uma grave crise habitacional, devido ao aumento de estudantes matriculados na UFOP e ao aquecimento da atividade mineradora”, declarou.

A audiência pública, da última quarta-feira (28), reuniu representantes do Poder Legislativo, do secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Ouro Preto, Camila Sardinha, do Procurador-Geral do Município, Diogo Ribeiro Dos Santos, o superintendente de habitação, Pedro Moreira, do Procurador do Município, Celso Carvalho, do Deputado Estadual, Leleco Pimentel, de integrantes do movimento Ocupação Chico Rei, e demais cidadãos ouropretanos.

As discussões sobre os programas de habitação em Ouro Preto visam o desenvolvimento ordenado no município. Os envolvidos no debate mencionaram que as “Terras da Febem” estão em negociações com o Governo do Estado e as “Terras da Novelis” estão em conversas com os representantes da empresa no município.

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