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Caso Igor Mendes: PM é condenado a 12 anos de prisão

Caso Igor Mendes: PM é condenado a 12 anos de prisão

Imagem: Arquivo pessoal/ Marcos Delamore

A Justiça expediu, na última quarta-feira (17), o mandado de prisão para o tenente da Polícia Militar (PM) acusado de matar a tiros um jovem, em setembro de 2017, após uma abordagem policial. O crime ocorreu, na rua Dr. Pacífico Homem, nas proximidades do Centro Histórico de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais.

Ícaro José de Souza foi condenado, pelo Tribunal do Júri da Comarca de Ouro Preto, a 12 anos de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio doloso qualificado. Além da reclusão, foi decretada a perda de seu cargo na corporação policial. Ele matou a tiros Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos.

Relembre o caso

O jovem Igor Mendes, na companhia de cinco amigos, estava a caminho da apresentação musical do Racionais MC’s, na cidade histórica de Ouro Preto. Por volta de 21h30, do dia 15 de setembro de 2017, o carro que levava o grupo foi parado por agentes da Polícia Militar, próximo ao Morro da Forca. Segundo informações do inquérito, o veículo de modelo Palio foi abordado devido aos vidros escuros e por conter seis pessoas no interior.

De acordo com a defesa do PM, inicialmente, a ordem de parada teria sido desobedecida pelo condutor. Assim que o carro teria sido encostado, o tenente Ícaro José de Souza ordenou que os passageiros descessem com as mãos na cabeça. Momentos após, Igor havia realizado um movimento brusco, o que levou os militares a desconfiarem de que ele portava uma arma de fogo. Neste instante, Igor foi morto com um tiro na cabeça, desferido por Ícaro, e morreu no local.

Familiares e amigos questionaram a versão policial e se posicionaram de forma contrária à atuação dos militares, afirmando que o jovem não representava qualquer ameaça e que medidas menos letais poderiam ter sido adotadas. O caso, que em setembro deste ano completou oito anos, gerou comoção em Ouro Preto e foi mobilizado um ato por justiça pelas ruas históricas da cidade. O episódio virou símbolo de resistência contra a violência de Estado e levantou debates sobre racismo estrutural e impunidade.

Na condenação, o juiz destacou a incompatibilidade da conduta do policial com o exercício de função pública, tendo em vista que ele reagiu de forma desproporcional ao efetuar o disparo letal no crânio do jovem. A sentença ainda reforça que Ícaro não era um militar inexperiente e poderia usufruir de outras alternativas para abordagem.

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