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Carta aos Tempos
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Tempos de incerteza com a velocidade das mudanças

Mauro Werkema

Vivemos tempos de transformações que, pela velocidade e inusitado das mudanças, não permitem previsões nem avaliações seguras sobre o que está acontecendo e o que virá nos próximos dias. Em um mundo globalizado, alcançando a todos pela comunicação eletrônica instantânea e por inúmeros canais de informação, torna-se difícil avaliar, com maior precisão e previsibilidade, as consequências na vida de todos — sem exceções.

Hoje, no seu celular, você tem um computador inteiramente interligado e informatizado, com velocidade instantânea, som e imagem, notícias, comentários e opiniões diversas, representando um novo, amplo e fantástico mundo, que influencia os modos de vida e o “saber viver” de cada um minimamente conectado.

Basta indagar: o que acontecerá com o mundo nesta nova realidade dos EUA, com a era Trump, sua guerra tarifária e uma nova geopolítica mundial que já se desenha em ritmo acelerado? E o Brasil, como se posiciona nesse novo cenário global, com os BRICS, novas alianças internacionais e novos parceiros no comércio exterior? Ou, no âmbito interno, como caminharemos para as eleições de 2026, na Presidência da República e nos governos estaduais? As restrições tarifárias dos EUA terão consequências econômicas na vida do brasileiro médio? Por enquanto, não é possível contar com previsões e avaliações confiáveis. Ou talvez não tenhamos mudanças de maior repercussão na vida brasileira.

O Brasil vive um momento de melhoria econômica e social, com indicadores positivos no emprego, na atividade empresarial, no crescimento industrial e no consumo das famílias. A pobreza está mais reduzida, e menor é o percentual dos que passam fome. As perspectivas são positivas, apesar do conflito político e ideológico que paralisa o Congresso Nacional, dificulta o debate político e o avanço de políticas sociais necessárias.

Por outro lado, acumulam-se as mazelas deste imenso Brasil, onde cresce a criminalidade — não apenas entre os mais pobres ou nas periferias urbanas. A paralisia do Poder Legislativo impede que o país tenha legislações urgentes, capazes de sanar diversas lacunas nas normas que a própria evolução, para o bem e para o mal, exige.

O mundo conseguirá reorganizar a ONU e retomar os diálogos internacionais, voltados à cooperação e à contenção dos conflitos e guerras? Conseguirá conter a devastação ambiental, já gravíssima e que coloca todo o planeta em risco? Resolver divergências pela guerra continuará sendo o procedimento de países em conflito? Será possível, na geopolítica mundial, um novo tempo de cooperação humanitária — na ciência, no controle de epidemias, na remoção de pobrezas extremas, na contenção de genocídios como o que ocorre com a população de Gaza — ou que guerras sejam evitadas pelo diálogo?

O que ocorre com os EUA representa, efetivamente, um novo tempo de guerra comercial-tarifária, mas também ideológica e política, como tem sido feito com o Brasil. O rearranjo internacional dos países abrirá ao Brasil uma nova inserção nas parcerias comerciais e culturais? E para onde o mundo irá com a Internet e a Inteligência Artificial, ainda sem previsões seguras sobre seu alcance e os impactos que trará?

E as alterações nas condutas humanas diante do preocupante fenômeno da chamada “adultização” precoce dos jovens, que já chegou ao Brasil?

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