Mauro Werkema*
O eleitor brasileiro, que tem consciência política, que se preocupa com seu país, com a sociedade brasileira, que almeja melhores dias para este imenso Brasil, mas ainda pobre e desigual, tem no próximo dia 30 a oportunidade de usar do seu direito básico da cidadania, que é o voto. Secreto, praticado na intimidade da cabine indevassável onde está a urna eletrônica, comprovadamente segura, o voto é a arma do cidadão, ato essencial à democracia e que precisa ser exercido com a verdade e a consciência de cada um. A omissão, a abstenção não combinam com o momento histórico que o Brasil vive, em que o destino de muitos estará sendo decidido.
As duas campanhas, polarizadas e radicalizadas, tem exposto duas posições bem diferentes, mas, de maneira geral, tem permitido avaliar e decidir as duas propostas, conforme opiniões, informações, posturas ideológicas, visões do mundo, de cada uma e suas diferenças. De resto, embora com visões e ênfases diferentes, abordam temas comuns relativos à necessidade de o Brasil retomar o crescimento econômico, de gerar empregos, de reduzir as gritantes desigualdades sociais, de incluir no mercado de consumo 30 milhões de brasileiros, garantir a todos que terão alimentação, moradia, saúde, trabalho, educação. E muito mais.
O eleitor atento, participante, certamente saberá discernir sobre pautas como manter o regime democrático, evitando arroubos autoritários e golpistas, condenando o uso político e eleitoral das crenças religiosas, a estimulação do conflito entre as instituições fundamentais do regime democrático e as tentativas de aparelhamento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, separando verdades de mentiras, como as fake-news, aspecto perverso do mau uso da Internet, sabendo identificar os falsos profetas, os demagogos e os políticos profissionais. E muito mais.
A escolha é entre a civilização e a barbárie, entre o avanço sócio-econômico em pleno regime democrático, entre a esperança de que o Brasil retome tempos normais de crescimento, de pleno desenvolvimento da educação, da cultura, da ciência, de proteção à natureza, de retomada do prestígio e da cooperação internacionais, de extinção de privilégios diversos, de podermos contar com orçamentos públicos, e não secretos, voltados para programas de real interesse coletivo e não usados para sustentar e manter parlamentares.
Imprescindível para que possamos alcançar com um novo tempo, uma nova época de prosperidade, é a garantia da democracia plena, sustentada no diálogo, na cooperação, sem ódios, sem mentiras. Para isto precisamos construir uma nova ordem política, aberta e democrática, que não permita retrocessos, amparada nos valores iluministas que deram ao mundo, desde o século XVIII, não só a derrota do despotismo absolutistas, mas a construção do regime republicano, amparado na ordem constitucional, da maioria, harmônico entre os poderes públicos.
É o que o cidadão de bem deseja para o Brasil. Sabemos que não é tarefa fácil. Nem de alcance imediato. Mas o voto, neste momento tão difícil, de conflitos, ódios, separações, oferece ao cidadão a oportunidade de manifestar sua opinião. E que vote para o bem do Brasil, renovando esperanças de dias melhores.
*Jornalista (maurowerkema@gmail.com)