Mauro Werkema
Os brasileiros voltam às urnas no próximo dia 30 deste mês. Tem, neste intervalo, tempo suficiente para refletirem sobre o processo eleitoral brasileiro, sobre o futuro do Brasil, sobre as muitas questões que condicionam a vida de todos e as que precisas ser implementada para que tenhamos uma sociedade socialmente mais justa, com menores desigualdades, com acesso aos bens que são essenciais a uma vida digna, como emprego, saúde, moradia, educação, alimentação saudável.
Infelizmente, estas questões básicas, essenciais à construção de uma sociedade com menos desigualdades pessoais e regionais de renda, não dominam os debates eleitorais. Não integram os primeiros temas que os debates e discussões políticas deveriam ter como prioridade. Mas cabe ao eleitor, no exercício da sua condição de cidadão e eleitor consciente, se informar, avaliar e decidir pelos melhores, pelos que tem compromissos verdadeiros com as causas mais importantes para os brasileiros e o Brasil.
Assistimos uma disputa acirrada. Duas propostas bem diferentes, doutrinas e ideologias conflitantes. O voto de cada um se tornou importante neste segundo turno. O momento atual brasileiro, como também a situação internacional, não admite omissões, abstenções ou mesmo radicalismos inconsequentes. Homens e mulheres responsáveis e interessados em um futuro melhor para todos, de diferentes classes sociais, não podem mais se manter alheios ao debate eleitoral que domina todos os meios de comunicação e alcançam todo o país. O futuro é o que está em decisão e não há espaço para retrocessos.
As urnas são confiáveis, apesar das tentativas de desacreditá-las, não há espaço para golpes ou atentados contra o regime democrático, a Justiça Eleitoral funciona e está atenta, o cidadão tem todas as garantias para comparecer á urna e de exercer seu voto, sua opção, sua contribuição, conforme sua visão, ideologia, experiência e vivência e capacidade de julgar e avaliar programas. O sistema eleitoral em dois turnos permite justamente tempo e avaliações maiores dos candidatos, seus apoios, seus partidos, suas condutas na campanha, os apoios que recebe, suas vidas e currículos. Seus compromissos com uma sociedade mais justa. É o que faz o voto consciente como efetivo e justo instrumento da cidadania.
O primeiro turno e as eleições proporcionais já revelam muita coisa. É preciso ter cuidado com as falsas notícias, a manipulação da Internet, que pode ser usada para o bem e para o mal. Os já eleitos revelam que teremos renovações elevadas, também para o bem e para o mal. Mas revelam também que mulheres, negros, minorias terão representações maiores nos parlamentos. E que o debate político, com viés ideológico, inicia um novo tempo no Brasil, entre conservadores e progressistas. Pode ser um novo ciclo de renovação do debate político brasileiro, mas também um novo impasse que paralisa avanços.
Vamos às urnas, com visão de realidade e de futuro, de transformação, de renovação, de avanço e esperança de melhores dias.
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