Mauro Werkema
Maior festa popular brasileira, o Carnaval alcança multidões e parece ampliar-se extraordinariamente neste 2025. É hora de os brasileiros, de todas as idades e camadas sociais, saírem às ruas e se tornarem participantes da alegre festa nas escolas de samba, blocos de vários grupamentos sociais ou mesmo isoladamente, em meio à contagiante e justa alegria que permite esquecer, por alguns dias, as agruras e dificuldades da vida em meio a tempos um tanto incertos e conflituosos. Alegria, ironia, escárnios, críticas políticas e sociais, em meio às multidões, tudo é livre neste avatar pessoal em que pessoas se transformam numa justa e permitida alegria e extravasamentos em que transparece também a personalidade brasileira, brincalhona e alegre. Todos se transformam, se mostram, cantam, dançam, livres e meio à alegria contagiante.
E tudo permite prever que teremos em Minas Gerais o maior Carnaval de todos os tempos, como também em Ouro Preto, Mariana e Itabirito, mas também em Belo Horizonte, onde a grande festa vem aquirindo tamanho extraordinário, com incentivos públicos e muito planejamento. Mas, e sobretudo, com muita alegria e entusiasmo, tudo indicando que a festa tomou uma dimensão surpreendente em todo o Estado como pode se prever pelos ensaios e preparativos e os incentivos de prefeituras. Afinal, a festa é de todos e para todos, aberta, democrática, liberal, convivente e convidativa pois a alegria, mesmo temporária, ajuda a esquecer um pouco as dificuldades inerentes à vida.
O Carnaval, festa de antigos tempos, sempre pagã e até libertina, expõe sensualidade e alegria e envolve a todos, os mais velhos e os mais jovens, familiares, espontâneo e congregador, envolvendo todas as camadas sociais e territórios, em um clima de liberdade e convivência, bem ao sabor dos brasileiros, amantes do samba, da música carnavalesca, dos desfiles, das coreografias e sátiras. E envolve também a crítica social e política, em clima de liberdade e permissividade, democrática e permissiva, em que a alegria supera censuras e integra o espírito carnavalesco. Não é festa para os retraídos e tímidos. ‘
A previsão é que teremos este ano o maior Carnaval de todos os tempos. Não só pelo fenômeno humano da liberdade de expor a alegria e usufruir momentos de alegria, mas até porque interessa aos governos incentivar a festa que também gera recursos para amplo conjunto de serviços, no turismo, na hospedagem, alimentação, na Economia Criativa. Ampliou-se o apoio público e o planejamento da grande festa, com prioridade para a segurança pessoal e patrimonial, trânsito e limpeza pública. E essencial que a festa se torne segura, em convivência harmoniosa com os diversos públicos, mas sempre lembrando que existem também limites para condutas desviantes.
Não há dúvida quanto ao fato de o Carnaval de Minas Gerais será um dos melhores do Brasil. Belo Horizonte terá perto de 450 blocos de rua e prevê-se lotação de hotéis e restaurantes. A capital do Estado hoje atrai foliões do interior até outros Estados e o Governo Estadual, por sua Secretaria de Cultura e Turismo, executa um arrojado programa de incentivo ao Carnaval. A verdade é que BH retomou o Carnaval a partir de 2012, com uma parada ao tempo da epidemia, mas voltou com grande entusiasmo, que hoje chama a atenção dos que tentam explicar a mudança rápida e fenomenal.
A Internet e as redes sociais, universais e de todos, explicam grande parte dos novos fenômenos sociais que tem influenciado a vida de todos e, especialmente, das festas populares. Permitem mobilizar milhares de pessoais instantaneamente e ajudam a explicar o fenômeno do excepcional crescimento dos blocos carnavalescos e que, no Carnaval mineiro, parecem ir substituindo as escolas de samba, mesmo no Rio e São Paulo, onde o carnaval dos blocos expandiu-se extraordinariamente.
Afinal, cabe-nos a todos, solidários com a alegria popular, desejar que o Carnaval transcorra bem, com clima saudável, convivente e sempre amistoso, em segurança e plena garantia de que as expressões e manifestações de alegria ocorram plenamente, como os brasileiros precisam e merecem, pois é um povo que merece em meio as lutas pela sobrevivência de todos nós. E felicitamos o Bloco da Cobra, da Cida Zurlo, que completa 50 anos.