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Carta aos Tempos
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É preciso aproveitar o bom momento do turismo

Mauro Werkema

O Brasil vive, neste 2025, um extraordinário crescimento do turismo, devendo alcançar cerca de 8,5 milhões de visitantes estrangeiros, número recorde, segundo a Embratur. E o turismo doméstico também apresenta números recordes. Minas Gerais lidera este crescimento, seguindo dados liberados pela Embratur. Torna-se importante reafirmar o quanto esta atividade é importante para a economia: gera receitas em tempo recorde e em curto prazo, com dinheiro em giro imediato; é civilizatório pois informa, educa, estimula a preservação de atrativos históricos, patrimoniais, culturais; incentiva a qualificação dos destinos turísticos e na organização das cidades, seus serviços públicos, sua limpeza, segurança, orientação ao visitante, entre outras questões essenciais à receptividade e a formação de boa reputação; estimula a qualificação dos serviços turísticos básicos, como a hotelaria, a alimentação, a boa orientação urbana quanto seus percursos e localização de atrativos, limpeza pública; exige a qualificação dos prestadores de serviços, guias, recepção a visitantes. Enfim, boa capacidade de bem receber e obter a satisfação dos turistas para que retornem.

Estas recomendações são importantes quando os fluxos de visitantes estão intensificados. E que, certamente, deverão ser intensificados em razão do aumento da condição econômica da população brasileira já registrada pelos indicadores sócio-econômicos. A ampliação das condições e ofertas de viagem e dos meios de locomoção é outro fator estimulador do turismo, mais vantajosas financeiramente, destacando-se também os que se chama fenômeno do “automóvel e do asfalto” facilitando o acesso a destinos de maior proximidade e com menor custo. Mas é fundamental deixar bem claro que o visitante de hoje é também mais exigente, mais informado, mais crítico, tem boa informação sobre preços e qualificação de destinos e sua receptividade. E avaliam, julgam, reprovam ou retornam ou não.

É importante ainda lembrar que Minas Gerais tem atrativos únicos, extremamente competitivos para o turismo e que explicam os bons resultados demonstrados nas cidades históricas e outros destinos. Minas tem na sua cultura e na sua natureza os principais atrativos, heranças únicas em vários aspectos e especificidades. Minas tem história e patrimônios culturais preservados. Tem receptividade natural no bem receber, na sua educação ancestral, na sua cozinha, em vários produtos de reconhecida qualidade na alimentação, possui hoje ofertas integradas de destinos permitindo roteiros variados nos seus atrativos, propicia momentos únicos de qualidade humana e receptiva, possui bons acessos por sua malha rodoviária, tem posição central e mediterrânea no mapa brasileiro permitindo competividade de tempo e gastos. E boa oferta de transportes coletivos.

Está ao centro dos principais emissores de visitantes, São Paulo, Rio e Brasília, entre outros e de cidades médias. De avião, está a uma hora do eixo Rio-São Paulo. O aeroporto de Confins já recebe 12 milhões de passageiros ao ano e já com uma malha aeroviária que oferece interligações para quase todo o Brasil. E, em razão do fluxo turísticos, há um crescente investimento na hotelaria, nos restaurantes, na qualificação das ofertas turística em termos de custo e outros fatores competitivos, como demonstram os números da atividade em Minas Gerais. As estatísticas sobre o desempenho do turismo mineiro são positivas e animadoras, sendo justo reconhecer o trabalho realizado pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, hoje em posição liderança no Brasil quanto ao seu crescimento.

É preciso reconhecer que Minas Gerais, por sua tricentenária história, nos legou acervos patrimoniais únicos, mas também atrativos raros decorrentes de sua condição do “saber viver”, na culinária e nossos produtos de qualidade, como o queijo, a cachaça, os pratos típicos, e muito mais. E também no bem receber, pousadas antigas, coloniais, em contato com a excepcionalidade da natureza, na chamada cultura popular ou folclórica, nas festas típicas, religiosas e das celebrações singulares e únicas, na boa receptividade. E muito mais. Herança a ocupação territorial pela mineração e a agropecuária, Minas em 853 municípios e perto de cinco mil distritos e povoados e cada uma tem uma história, heranças culturais típicas, no artesanato, nas práticas da vida, nas festas religiosas ou cívicas. Tamanha riqueza natural, humana, modos de vida, não tem similaridade no Brasil, conforme atestam vários depoimentos.

Enfim, é hora do turismo, gerador de emprego e renda, civilizador, educador, certamente a maior riqueza natural de Minas Gerais, limpa, de resultados rápidos, qualificadora de prestadores de serviços e até das administrações municipais que tem que se preparar para este bom momento. E com um bom planejamento para o “turismo receptivo” e suas condições essenciais a que o visitante seja bem tratado, com boa orientação, em segurança, cidade limpa, folheteria, guias qualificados. E retorne.

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