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Carta aos Tempos
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É hora de pensarmos em um novo e próspero Brasil

Mauro Werkema

Muito acima e além dos conflitos político-ideológicos que marcaram fortemente as eleições, é hora de se pensar no novo governo e a retomada de políticas públicas, programas e projetos que permitam retomar a normalidade governamental no Brasil. São muitas as questões que afligem o país a exigir ações governamentais objetivas, exequíveis e competentes que possam, nos tempos necessários mas com a urgência possível, enfrentar as múltiplas e graves questões que possam garantir ao Brasil um novo tempo de prosperidade, a altura das nossas imensas potencialidades.

É preciso desintoxicar corações e mentes alcançadas pela desinformação amplamente orquestrada pela disputa eleitoral e pelo mal uso da formidável e excepcional capacidade do novo mundo da informática que, está claro veio para o bem e para o mal. Assistimos no Brasil uma guerra da desinformação em detrimento das informações mais relevantes e verdadeiras, deixando de lado a essencial discussão sobre planos de governo e as propostas dos candidatos para as muitas questões que necessitam de enfrentamento.

O que vimos é a exposição contínua e maldosa de conteúdos falsos, reforçando conflitos e crenças distorcidos, além das realidades, num festival ilusório de inverdades. As plataformas midiáticas digitais estimularam verões e conflitos, atitudes irracionais que chegaram a absurdas posturas anti-democráticas, questionadoras dos princípios republicanos e dos poderes constituídos. Teorias da conspiração, pautas de costumes, agressões religiosas, incentivo a doutrinas políticas autoritárias e regressivas, descrédito do sistema eleitoral brasileiro, marcaram os debates. A exposição seletiva e repetitiva de inverdades criou “bolhas” de pensamentos radicais, em realidades paralelas. E muito mais.

É hora de voltarmos a pensar no futuro, com espírito público, . mais patriotismo e amor pelo Brasil. Eleito o presidente, Luís Inácio Lula da Silva, é preciso reconhecer que sua responsabilidade é imensa e que precisará reunificar o país em torno de propostas relevantes. Não se trata de anular o debate político, mas de torná-lo instrumento de divulgação de ideias, de plataformas administrativas, de pensar mais no Brasil sua reinserção do mundo, recuperando setores que precisam retomar plenas atividades, como a educação, a ciência, a cultura, os programas sociais de saúde, moradia e emprego e renda, a retomada do desenvolvimento econômico e o prestígio internacional. E hora de reconstrução e não de estímulo ao conflito e à desinformação. 

Já bastam, nesta fase da história brasileira, os muitos obstáculos à reconstrução do país. É preciso incluir os derrotados de boa vontade, reconhecidos com patriotas divergentes, mas também brasileiros. É prioritário estabelecer, desde já, com urgência, programas sociais para os mais vulneráveis, eliminando a fome e os bolsões de miseráveis. Encaminhar logo iniciativas relativas à questão climática e conter a destruição da Amazônia, estimular a indústria, o agronegócio, as relações institucionais com o Congresso, o Poder Judiciário, as relações internacionais.

E, sobretudo, ouvir muito, com obstinação democrática, abertura de ideias, sincera vontade de alcançarmos um novo tempo de prosperidade, sem cisões sociais, inverdades, sem polarizações ideológicas destrutivas, sem propostas golpistas ou extremistas. E conseguir, um breve tempo, um equilíbrio fiscal e orçamentário capas de permitir a redução das desigualdades sociais, chaga maior da sociedade brasileira. Vamos em frente com renovada esperança de um novo tempo para um novo Brasil.

maurowerkema@gmail.com

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