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Carta aos Tempos
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É hora de garantir ao turismo sustentabilidade competitiva 

Por Mauro Werkema

O bom desempenho do turismo nos últimos meses precisa encontrar sustentabilidade para que continue gerando renda, trabalho e empregos. E sirva à sua característica econômica principal que é estimular, em giro rápido, ganhos e rentabilidade para a sua cadeia empresarial e até receitas públicas. É hora, portanto, de investir na qualidade da prestação de serviços da cadeia empresarial e nos atores que integram e qualificam a prestação de serviços do turismo contemporâneo, garantindo a continuidade das performances dos últimos meses. 

É hora de a Região dos Inconfidentes, que abriga inúmeros e integrados atrativos turísticos e culturais ao longo da Br-356, pensar seriamente em um planejamento comum, que permita a continuidade dos fluxos turísticos. Infelizmente o planejamento para uma mercadologia turística praticamente não existe e o setor se sustenta na exemplaridade dos atrativos. Não é um planejamento difícil mas exige vontade dos poderes públicos e dos agentes privados, hotéis, restaurantes, rede de atrativos e muito mais, em um planejamento integrado e solidário.

Turismo é o negócio da felicidade e do sonho. Vende momentos de prazer, de satisfação, o que exige todo um sistema de serviços que atraia o visitante e o satisfaça com a opção pelo destino escolhido. E volte. Parece simples mas não é. Exige planejamento, qualidade organizacional e de atendimento, informação, recursos humanos treinados, ação moderna de prefeituras, serviços públicos de divulgação dos atrativos turísticos, segurança, limpeza pública, atuando de maneira sistêmica, cooperativa, com qualidade. E prioridade.

É importante lembrar o que espera um visitante quando escolhe um destino: satisfação de expectativas, bom acesso, boa hospitalidade, oferta gastronômica, informações locais, encontrar o patrimônio artístico-cultural cuidado e preservado, atendentes treinados, preços justos, orientação e informação dos produtos turísticos, oferta de promoções culturais. Um atrativo natural nem sempre é produto turístico pois é o produto que expõe e garante a satisfação do turistas. Não basta que o atrativo-produto seja singular, único, exemplar. A organização dos atrativos é que garante a satisfação.

A moderna concepção do turismo diz que o turismo é a expressa pela conceito contemporâneo da “sociedade dos sonhos”, característica principal do mundo globalizado e interconectado dos nossos dias. O ampliado acesso à informação amplia aspirações e vontades. Por este conceito, o atrativo é o seu enredo, suas história, que leva o potencial visitante a embarcar num sonho e numa utopia. O turismo cultural, como é o da Região dos Inconfidentes, necessita de narrativas e histórias, que são muitas e raras na região tricentenária. Mas mal contada, sem folheteria, sem informações. sem guias treinados.

O turismo é atividade limpa, de alta e rápida rentabilidade, é civilizatório, depende de preservações patrimoniais e culturais, de arrumação urbana e organização voltada para a qualidade do atendimento. E ter muitas narrativas, histórias, encantamentos. Personagens. Mas tudo isto só se obtém em ação integrada com prefeituras, empresários, gestores de atrativos e todos os que integram a cadeia econômica do chamado “receptivo turístico”. É hora de organizar o turismo neste rico corredor da Br-356 para garantir sustentabilidade.

maurowerkema@gmail.com

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