O Liberal
Últimas Noticias
Carta aos Tempos
3 min

Destino do Dom Bosco volta a ser discutido

Mauro Werkema*

 Restaurar o Dom Bosco e dar destino adequado ao histórico prédio e suas terras é assunto de interesse de toda a Região dos Inconfidentes. A valiosa propriedade, que a Congregação Salesiana recebeu em 1893 do então governador Affonso Penna, para instalar e manter um colégio, o que faz por quase 100 anos, precisa encontrar uma justa e adequada destinação de uso, encontrando atividade que não só preserve o prédio, tombado pelo IEPHA por seu valor histórico, mas represente um ganho social e econômico para a região e, especialmente, para Cachoeira do Campo, onde está.

Esta parece ser também a disposição da Congregação Salesiana, conforme carta publicada por este jornal, na qual manifesta sua decisão de empregar R$ 4 milhões na restauração do prédio como também revela que está aberta ao diálogo com a comunidade e instituições interessadas com o destino a ser dado à propriedade. É hora, portanto, de todas as instituições interessadas se manifestarem junto à Inspetoria Dom Bosco, instituição que administra a Congregação Salesiana.

No fim de semana passado ocorreu em Cachoeira do Campo reunião da comunidade para discutir, como vem fazendo desde o surgimento o movimento “o Dom Bosco é nosso”, o destino do Dom Bosco. Decidiu-se que será proposta à Câmara de Vereadores de Ouro Preto convocar uma audiência pública, com a presença de possíveis interessados no destino do Dom Bosco, como a UFOP, Polícia Militar de MG, Prefeitura de Ouro Preto, os salesianos e o Ministério Público.

A verdade é que a Congregação Salesiana não apresenta, até o momento, indicação do que pretende com o Dom Bosco. Certamente não retornará com o colégio. Também não voltará com a hospedaria e realização de eventos. Estaria interessada em vender, como tentou e foi impedida por ação do ministério Público, após reação da comunidade que criou o movimento “O Dom Bosco é nosso”? É fato incontestável que a Congregação não está confortável com a situação do Dom Bosco, deteriorando-se, mesmo estando tombado exatamente para ser preservado como edificação histórica. E caberia ação judicial em favor do restauro, responsabilidade dos salesianos.

O debate é oportuno e necessário. É importante lembrar que a UFOP tem interesse, conforme já revelou a reitora, professora Cláudia Marliere. A UFOP precisa expandir-se e não mais pode fazê-lo no seu campus em Ouro Preto. E pensa numa unidade de incubadora de projetos, com laboratórios de ciências e tecnologia, para o que já existe demanda. E a Polícia Militar já manifestou seu interesse em implantar um museu, pois afirma que sua origem foi o antigo Regimento de Cavalaria de Cachoeira do Campo. 

O debate está colocado e precisa avançar mais para encontrar seguro e compatível uso do antigo prédio e suas terras, em local privilegiado em Cachoeira, às margens da Br-356, entre Ouro Preto e Itabirito, a 70 km, de Belo Horizonte. 

*Jornalista mwerkema@uol.com.br

Todos os Direitos Reservados © 2024

Desenvolvido por Orni