Mauro Werkema
As eleições municipais deste ano suscitam reflexões importantes quanto ao papel e as responsabilidades das prefeituras nas realizações que melhoram a qualidade de vida das populações. Ao eleitor cabe, com seu voto, no direito básico da cidadania, exercer o voto consciente, não só de acordo com suas convicções, mas, e fundamentalmente, decidir que seus escolhidos deem estar comprometidos com a melhoria da vida comum nas cidades.
Afinal, é muito importamos lembrar que são nas cidades que se realiza a vida. Moradias dignas, serviços básicos de água, esgoto, energia elétrica, transportes urbanos, oferta digna de educação e saúde, na assistência social, oferta de empregos, um bom comércio de todos os ramos, oferta de cultura, entretenimento e lazer, o trânsito urbano, compõem o que se chama qualidade de vida, de cidadania, de civilização, de vida coletiva saudável, com a devida equidade social. São lembranças obvias mas que precisam ser lembradas e estar sempre na consciência atualizada dos cidadãos.
O mundo contemporâneo ampliou e valorizou o papel dos municípios e das gestões urbanas. Neles é que é exercida a vida, com as relações familiares, com o trabalho, na convivência social, na oferta e demanda de serviços públicos. Enfim, cabe ao cidadão, convivente e usuário de todos estes serviços, a sua avaliação, seu julgamento, sua decisão, através do voto consciente, com visão objetiva e competente, independente, com visão de futuro e, sobretudo, livre das artimanhas da política, nem sempre feitas em favor dos cidadãos e a vida coletiva.
Algumas situações são vitais e merecem atenção e maior análise do cidadão-eleitor: a situação financeira das prefeituras, sua organização e estrutura administrativa, o crescimento desordenado e perigoso, a qualidade dos serviços prestados e, especialmente, a assistência social, a saúde e a educação, o transporte coletivo, a realização de obras públicas, os código de posturas municipais, como estão os programas de transferência de renda, os do governo federal e os municipais, o auxílio aos mais necessitados, desvalidos e vulneráveis, os esforços para atrair investimentos que vão gerar mais empregos sem trazer poluições. E também tarifas justas para os serviços públicos.
As alterações climáticas que constituem hoje um dos mais graves problemas do mundo tem extrema importância nas cidades. Chuvas intensas, alagamentos, desmoronamentos, destruição de moradias e geração de desabrigados, mortes, são questões muito presentes em quase todas as cidades. E as previsões são ainda piores. E estão a exigir prevenções, qualificação de serviços emergenciais, apoio a populações atingidas. Tal situação exige das administrações municipais atenção e prevenção permanentes, minimizando riscos mas antecipando ações de amparo a necessitados.
É preciso saber escolher, avaliar, realizar análises objetivas, transformando o voto em arma essencial da cidadania. Analisar currículos, passados, condutas, propostas, em exercício pleno da responsabilidade de opinar e decidir. Do voto, de cada um, depende a democracia em sua dimensão maior, de vida coletiva, de compartilhamento político e social. E, é bom lembrar, que o mundo está em transformação, com mudanças que atingem os mais diversos modos de vida e valores, do âmbito familiar à vida coletiva nas cidades. O eleitor consciente, enfim, de que tanto precisamos, precisa estar atento a tudo isto.
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