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Carta aos Tempos
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A questão climática se  torna o problema maior

                                             Por Mauro Werkema

As alterações climáticas tomam a dimensão de ser hoje o principal problema do mundo. Provocam alterações súbitas do clima, da temperatura, do regime de chuvas, inundações, rios transbordando de seus leitos, os mares invadindo as praias,  provocando instabilidades em regiões de topografia íngreme e desmoronamentos com muitas mortes. O fenômeno é mundial mas  torna-se muito grave em países e regiões onde a ocupação urbana por populações mais pobres acabam sendo as vítimas.

O Brasil é um exemplo grave. O ocorrido na região norte do litoral paulista mas recorrente em vários outros Estados e cidades, revela o quanto a situação da instabilidade climática se torna um dramático e angustiante problema, de difícil solução pois implicaria em profundas mudanças na vida de populações mais pobres e um reordenamento habitacional. Evitar as alterações climáticas implicaria ainda em mudar operações industriais emissoras de gás carbono e o mau uso da água.

O tema é mundo e tornou-se o principal assunto das assembleias da ONU. Embora hora o Brasil desperta de maneira mais clara e objetiva para a questão. Evitar o desmatamento da Amazônia  e de outras reservas florestais, proteger nascentes e cursos dágua, conter incêndios, eliminar quaisquer causas de poluição do ar, são providências urgentes e, certamente, as mais fáceis. 

Evitar ocupações desordenadas de encostas perigosas, por sua aclividade, instabilidade geológica e sob  ameaça natural de elevações próximas, é o mais difícil. A população pobre brasileira ocupou terrenos de evidente perigo e em tal proporção na atualidade que sua remoção é tarefa grandiosa, embora urgente. Mas, na verdade, o país não sabe, porque nunca se preocupou, quais, quantas e onde estão as populações de risco eminente.

O “Minha casa minha vida” pode ajudar, emergencialmente, mas a questão é mais ampla e mais grave na medida em que as previsões de cientistas é que a crise climática tende a se agravar ainda mais. A temperatura mundial subiu 1,2 graus e, se continuarmos com a poluição e o desmatamento, aumentará até 2,5 graus, com consequências desastrosas por todo o mudo, inclusive com o avanço do mar.

Temos muitos exemplos de desastres ambientais bem próximos, em Belo Horizonte e Ouro Preto, apenas para ficarmos com estes dois exemplos. Muitos acidentes, com mortes, podem ser evitados por ações objetivas desde já. É possível mas também complexo. Remoção de ocupações mas perigosas, contenção de encostas sob risco, oferta de novas moradias, são providências possíveis e imediatas. Mas exigem velocidade, recursos, planejamento, vontade política.

Esta é uma nova realidade do nosso velho mas perigoso mundo, que reage à sua destruição, alterado e desequilibrado pela intervenção humana. É preciso que consciência de que as alterações climáticas constituem hoje perigo à vida na terra se dissemine e gere ações concretas de contenção da destruição ambiental.  Ou condenamos as gerações futuras a situações ainda mais difíceis para sua sobrevivência em paz com a natureza.

maurowerkema@gmail.com

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