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Redes sociais tiram do ar live do presidente Jair Bolsonaro

Redes sociais tiram do ar live do presidente Jair Bolsonaro

Por Karina Peres
Nesta segunda-feira (25), o YouTube, o Facebook e o Instagram tiraram do ar a live semanal do presidente Jair Bolsonaro, transmitida na última quinta-feira (21). No vídeo, o chefe de Estado leu uma notícia que associava a vacinação contra a covid-19 ao desenvolvimento do vírus da Aids. A informação é falsa e sem embasamento científico.
Segundo o presidente, sua fala foi baseada em uma matéria publicada em outubro de 2020 pela Revista Exame, entretanto, o conteúdo da notícia foi retorcido. Com o título “Algumas vacinas contra a Covid-19 podem aumentar o risco de HIV?”, a matéria, relatava que um grupo de pesquisadores alertou que algumas vacinas contra a Covid-19, em desenvolvimento na época, potencialmente aumentariam o risco de infecção por HIV devido à utilização de um adenovírus específico. Porém, a revista reforçou que “não se comprovou que alguma vacina contra a Covid-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus”. Além disso, nenhum dos imunizantes aplicados no Brasil usa esse tipo de adenovírus.
Acerca do assunto, o Comitê de HIV/Aids da Sociedade Brasileira de Infectologia divulgou uma nota informando que não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a Covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida. A nota também reforçou a importância de pessoas que vivem com HIV/aids serem imunizadas. “Elas devem ser completamente vacinadas para Covid-19. Destacamos inclusive a liberação da dose de reforço (terceira dose) para todos que receberam a segunda dose há mais de 28 dias”, informou. A orientação é baseada em estudos científicos que apontam que pessoas que vivem com HIV/Aids normalmente apresentam resposta reduzida às vacinas.
O Youtube também divulgou uma nota esclarecendo sobre a decisão de retirar a live do ar. “Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas. As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política”. Além de remover o conteúdo, a plataforma suspendeu por uma semana o canal do presidente.

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