Por Karina Peres
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 começaram oficialmente na última sexta-feira (23). De lá para cá, o Brasil já conquistou 5 medalhas: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze. Todas elas foram motivos de muita comemoração para a população brasileira, entretanto, outra situação vem chamando a atenção quanto a atuação do Brasil nas Olimpíadas: os possíveis “roubos” contra os nossos atletas.
Em competições esportivas é comum vermos os torcedores dizerem que foram roubados, principalmente quando saem derrotados. Muitas vezes essas acusações não têm fundamentos, o que não vem sendo o caso do Brasil nas Olimpíadas. Até agora, dois atletas brasileiros já foram prejudicados por possíveis “roubos” ou de juízes parciais.
Gabriel Medina, ídolo do surfe brasileiro, saiu da competição sem nenhuma medalha após chegar à semifinal e ser eliminado pelo japonês Kanoa Igarashi, que fez uma manobra difícil e recebeu 9,33 pontos. Porém, segundo especialistas, o brasileiro teria realizado uma manobra semelhante e melhor executada do que a do japonês e recebeu apenas 8,43 pontos.
A manobra de Igarashi foi realizada com a mão na borda da prancha, com a base aberta (pés afastados) e com a rabeta (parte traseira) da prancha baixa durante o aéreo. Já a de Medina, foi mais alta, executada sem mão na borda, com a base fixa (pés mais próximos) e com a rabeta quase na vertical. Na internet, o caso de Medina foi chamado de “maior roubo da história do surfe”.
Outro caso de “roubo” contra os brasileiros teria acontecido na madrugada desta quarta-feira (28). A brasileira Maria Portela disputava as oitavas de final do judô contra a russa Madina Taimazova, quando foi eliminada após receber o terceiro shido (punição) por falta de combatividade. A grande questão da luta, teria sido um Wazari, golpe que derruba a adversária com as costas no chão, que não foi anotado para a brasileira. Caso tivesse sido computado, os pontos poderiam ter dado a vitória para a brasileira.
Tudo depende da interpretação dos juízes
A grande questão é que as decisões sobre as notas e punições dos esportes citados são tomadas por juízes. Portanto, por mais que existam regras a serem seguidas, tudo depende da interpretação deles. A BBC Brasil ressaltou que: “No oceano, duas ondas nunca são iguais, por isso a pontuação de cada surfista é elaborada subjetivamente por juízes. Um painel de cinco juízes avalia cada manobra com base em critérios como grau de dificuldade, combinações, variedades e inovações de manobras, além de velocidade, potência e fluxo”.
No Judô, assim como no futebol, existe o árbitro de vídeo, mas mesmo assim, a decisão final é da interpretação do juiz. Como foi no caso de Portela, que mesmo com a revisão do VAR, não teve a movimentação realizada entendida como um wazari. As Olimpíadas vão até o dia 8 de agosto e até lá, o Brasil tem chances de medalhas em muitos esportes, mas além de torcer para a vitória, os brasileiros terão que torcer para as interpretações dos juízes serem a favor do nosso país.
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