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Mineração no Brasil: relatório aponta sonegação bilionária na arrecadação da CFEM

Mineração no Brasil: relatório aponta sonegação bilionária na arrecadação da CFEM

Por Paulo Noronha

Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou um déficit significativo na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), tributo destinado à União, Estados e Municípios mineradores. De 2014 a 2021, estima-se que R$ 12,4 bilhões deixaram de ser recolhidos, e especialistas apontam que esse montante pode ter ultrapassado R$ 20 bilhões ao longo dos anos.

A Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG) denuncia falhas no modelo de arrecadação, que permite que as próprias mineradoras declarem os valores a serem pagos. De acordo com o levantamento, cerca de 70% dos títulos minerários não efetuam o pagamento do tributo, e entre aqueles que contribuem, há casos de subavaliação que chegam a diferenças de até 40,2% no valor devido.

O impacto econômico da sonegação é expressivo. Segundo cálculos da entidade, os recursos não arrecadados poderiam financiar infraestrutura, saúde e educação, incluindo a construção de hospitais, escolas e rodovias. No entanto, a fiscalização da Agência Nacional de Mineração (ANM) enfrenta dificuldades operacionais para conter essas distorções. Em 2022, apenas 17 auditorias foram realizadas, número considerado insuficiente diante da magnitude do setor.

A situação preocupa gestores municipais em Minas Gerais, especialmente em cidades fortemente impactadas pela mineração. Os prefeitos de Ouro Preto, Itabirito e Mariana, Angelo Oswaldo, Dr. Elio da Mata e Juliano Duarte se juntam a esse coro de gestores, que buscam soluções que garantam uma compensação justa para os municípios mineradores. Além disso, vêm reforçando o compromisso com o desenvolvimento sustentável, destacando a importância de um modelo fiscal eficiente para equilibrar os impactos da atividade minerária e a necessidade de um sistema de fiscalização mais robusto, alertando para os desafios enfrentados pelos municípios.

Diante do cenário, a AMIG vem realizando campanha de conscientização e em defesa do fortalecimento da ANM, com ampliação de recursos e melhorias na fiscalização, visando maior transparência e responsabilização na arrecadação da CFEM. A entidade argumenta que a compensação financeira prevista na legislação é essencial para garantir que a extração mineral traga benefícios concretos para a população e os municípios impactados pela atividade.

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