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Casa Fiat de Cultura reabre ao público com restauro de obras de Aleijadinho

Casa Fiat de Cultura reabre ao público com restauro de obras de Aleijadinho

Para celebrar seus 15 anos e a reabertura ao público, a Casa Fiat de Cultura, localizada em Belo Horizonte, preparou o evento “Aleijadinho, arte revelada: o legado de um restauro”. Nele, o público poderá acompanhar, ao vivo, o restauro de três obras de Aleijadinho, sendo elas: as imagens de Sant’Ana Mestra, de São Joaquim e de São Manuel. Para isso, basta agendar, gratuitamente, pela Sympla, visitas mediadas pelo Programa Educativo ao ateliê-vitrine instalado no hall da Casa Fiat. Além disso, pelas redes sociais, é possível acompanhar a websérie que vai apresentar o making of de todo o processo e aspectos da vida e da obra de Aleijadinho. 
As visitas presenciais em novembro vão acontecer de quarta a sexta-feira, das 14h às 15h e das 17h às 18h e no sábado (27), das 10h30 às 11h30. A Websérie, na qual será contada o processo de restauro, em oito vídeos, terá novos episódios lançados nos dias 22 e 29 de novembro; e 6, 13, 20 e 27 de dezembro, nas redes sociais da Casa Fiat. Após essa etapa, no dia 2 de dezembro, será inaugurada a mostra que revela as obras de São Joaquim e São Manuel já restauradas, enquanto Sant’Ana, que pertence à Capela de Sant’Ana, da comunidade de Chapada de Ouro Preto/MG, continua em processo de restauro, ao vivo, para apreciação do público. 
Segundo o presidente da Casa Fiat de Cultura, Fernão Silveira, o restauro das obras marca um compromisso com a cultura do país. “Restaurar obras do século XVIII revela, além de suas características e peculiaridades, a importância do seu gênio criador, o mestre Aleijadinho. Restaurar é respeitar o passado e, ao mesmo tempo, reconstruir a esperança no futuro. Ao oferecermos a oportunidade de o público acompanhar um restauro ao vivo, estamos, uma vez mais, a cumprir nosso papel de valorizar a cultura e os múltiplos saberes, formando públicos aptos a vivenciar as muitas dimensões da arte”, afirma.
O passo a passo do restauro
A restauração das três obras está sendo feita pelo Grupo Oficina de Restauro, com o acompanhamento técnico do IPHAN. Antes da restauração começar, foi feito um trabalho de pesquisa e análise das obras, além de fotos científicas usando fluorescência de ultravioleta, que permite analisar a camada pictórica e o estado de conservação dos vernizes superficiais, e infravermelho, para identificar possíveis riscos e desenhos que não são vistos a olho nu. 
De acordo com a restauradora e coordenadora do projeto de restauro, Rosangela Reis Costa, as obras apresentam um estado de conservação regular em diferentes estágios, com danos naturais causados pela ação do tempo: início de ataque de cupim e fissuras possivelmente provenientes da movimentação da madeira, especialmente em partes que se supõe tratar das junções entre os blocos utilizados em sua confecção. Em se tratando da pintura, a imagem de Sant’Ana tem muitas falhas, São Manuel apresenta manchas e craquelés em quase todas as áreas; já em São Joaquim, quase não é possível encontrar resquícios da pintura original. “O processo de restauração é importante para impedir que sejam gerados danos permanentes e irreparáveis”, pontua.
Imagem de Studio Cerri
Todas as imagens passarão pelo mesmo processo de intervenção, o que inclui, dentre outras etapas, higienização da obra, contenção de fissuras, complementação de partes faltantes com massa, reintegração de lacunas e manchas, complementação de partes faltantes com massa e, por fim, a aplicação de verniz, que protege a superfície e permite o ajuste do brilho da peça. “A intervenção que faremos será o mais sutil possível e apta de ser retratável, de modo a não impedir futuras restaurações. Afinal, estamos atuando com o resgate da cultura, das memórias e, principalmente, com a preservação da história de um grande mestre”, reforça a restauradora Rosangela.
“Aleijadinho, arte revelada: o legado de um restauro na Casa Fiat de Cultura” é uma realização da Casa Fiat de Cultura, com apoio do Ministério do Turismo, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio da Fiat, do Banco Safra e da Gerdau, copatrocínio da Expresso Nepomuceno, da Sada, do Banco Fidis e do Mart Minas. A mostra tem apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha), do Governo de Minas e do Governo Federal, além do apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Brembo.
Protocolos de reabertura da Casa Fiat de Cultura
Para realizar a visita presencialmente, todos terão sua temperatura aferida antes de entrar na Casa Fiat de Cultura e deverão usar máscara cobrindo a boca e o nariz durante toda a visita. Recomenda-se o uso de máscara cirúrgica ou N95. Além disso, será necessário preencher o questionário de Covid-19 e caso a resposta seja positiva para qualquer uma das perguntas, a entrada não será permitida. Os visitantes serão orientados quanto à higienização das mãos, usando água e sabão ou álcool em gel. A utilização de bebedouros está suspensa por medida de segurança sanitária.

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