A pesquisa Tracking the Coronavirus, feita pela Ipsos em 2020 com entrevistados de 16 países, mostrou que 41% dos brasileiros sofrem com ansiedade, o que nos coloca na liderança do ranking entre as nações mais ansiosas, seguido por México e Rússia. Além de trazer inúmeros prejuízos à saúde mental, o nível elevado de estresse pode ocasionar ganho de peso e até a perda de massa muscular. Queda de cabelo,atrofia muscular, hipertensão e diabetes estão entre as outras consequências da liberação do hormônio cortisol, produzido pelo nosso corpo quando estamos sob forte carga de estresse.
O educador físico e personal trainer Wagner Felix explica que o ganho de peso pode ocorrer até mesmo com quem pratica atividades físicas frequentemente. “Quando você coloca um estresse físico excessivo como exercícios de alta intensidade em cima de um sistema já estressado, seu corpo reage de forma negativa e aumenta a produção de cortisol. Com isso, a tendência é de degradação da massa magra do corpo e de acúmulo de gordura, especialmente no abdômen”, afirma.
Embora os exercícios físicos estimulem a produção de hormônios do bem-estar, como a endorfina, oxitocina e serotonina, e auxiliem no controle do hormônio do estresse, se a pessoa estiver com alto índice de cortisol, ocorre um desequilíbrio hormonal. “Nesses casos é necessário buscar orientação médica para ajudar a controlar o estresse”, aconselha o personal trainer.
Wagner destaca a importância de uma dieta adequada para o controle das tensões. “Para evitar os problemas que podem ser causados pelo cortisol, devemos aumentar a força do nosso sistema imunológico, por isso o consumo de vitaminas C e D se torna um forte aliado nesse combate”.
O fisioterapeuta e PhD em neuroanatomia Mario Sabha vai além e diz que os efeitos negativos do cortisol no nosso organismo são ainda mais graves. “Seja por causa do trabalho, baixa autoestima ou qualquer outro fator que cause tensão, a produção em demasia do cortisol pode levar a picos de pressão elevada, diabetes, aumento de açúcar e triglicérides no sangue”, explica.
Para Sabha, o autoconhecimento é essencial para evitar ser tomado pelo estresse. “As pessoas precisam se conhecer para saber quais gatilhos as levam a emoções negativas, inclusive situações profissionais. Também é necessário conhecer suas habilidades pessoais e não extrapolar os seus limites”, afirma.
O PhD aconselha buscar tratamentos integrativos para ter maior controle sobre o corpo. “Considerando que o cortisol pode causar desequilíbrio físico, hormonal, energético, psíquico e comportamental, e que o estresse age de forma peculiar em cada pessoa, os métodos integrativos podem proporcionar um reequilíbrio total do corpo”, explica. “Por exemplo, a acupuntura trabalha com a parte energética, terapias quânticas e metafísicas podem lidar com a parte comportamental; a osteopatia, com o realinhamento de ossos, músculos e articulações, que atuam também regulando a parte hormonal. Enfim, quanto mais métodos um profissional puder trabalhar neste caso, melhor será o tratamento”, completa.
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