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Rótulos

Eles sempre existiram e podem representar, desde uma brincadeira, até situações de preconceito e conseqüências graves. De qualquer forma, são negativos e, muitas vezes, cruéis. Rótulos podem ser muito nocivos e devem ser evitados, sob o risco de se cometer injustiças. “Funcionário público não trabalha”, “político não presta”, “atores são promíscuos”, e tantos e tantos outros. Mesmo que existam, generalizar nunca é bom. Ainda que noventa por cento dos políticos sejam mesmo corruptos, e não creio que esteja longe disto, ainda existem os honestos e cumpridores dos seus deveres. Da mesma forma, existem funcionários públicos “folgados” e outros extremamente responsáveis. E assim é em todos os aspectos da vida. As pessoas são diferentes e não se pode colocar todas em um mesmo cesto, como se fossem iguais.
Rótulos são perigosos. A carapuça que cabe em uma cabeça pode não caber em outra. Já vi comentários em tom de brincadeiras, que quase terminaram em briga séria. “Você tem costa larga, é parente de fulano”, ou “você precisa colocar as barbas de molho, estão de olho em gente como você”. No segundo caso, a pessoa apelou e perguntou que “tipo de gente” ela era, e o que foi dito em tom de brincadeira, virou constrangimento. Brincadeira de muito mau gosto, diga-se de passagem. Até para brincar é preciso ser inteligente. Uma frase dita sem pensar, mesmo que sem intenção, pode causar transtornos, tanto para quem diz, como para quem ouve.
É muito fácil sair por aí rotulando pessoas, acusando disto e daquilo. Mesmo que seja verdade, não é correto julgar toda uma classe pelo comportamento de parte dela. Aliás, julgar já não está certo. Gosto de fazer um exercício, de vez em quando: quando me levanto, olho no espelho e penso: quem sou eu para julgar quem quer que seja? Quem somos nós, seres humanos falhos e imperfeitos, para decidirmos quem é o que, nesta vida?
Naturalmente, existem situações que acabam se tornando muito óbvias, principalmente em se tratando de figuras públicas. Homens e mulheres públicos estão sujeitos a maior exposição, e com isto ficam mais vulneráveis. Não me refiro apenas a políticos, mas a qualquer tipo de pessoa que se coloque em evidência, seja pelas circunstâncias, pelo seu trabalho, ou por vontade, mesmo. Exemplo a classe artística, sejam atores, cantores, apresentadores de TV. Mas mesmo assim, não é porque um, ou dois, ou dez, cometem determinada ação, que ela deve ser retratada como de todos. Aí entra o rótulo, que leva à generalização, e isto nunca acaba bem.
O mundo vai se tornar melhor quando entendermos que cada ser humano é único e deve ser respeitado em sua individualidade. Sem preconceitos e sem rótulos. 

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