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Quando o coração bate mais forte

Acordei com uma sensação estranha. Sentia um aperto no peito e o coração palpitava. Medi a pressão, verifiquei se estava febril, e não tinha nenhum sintoma físico que pudesse causar preocupação, mas a sensação continuava, algo difícil de explicar, mas que causava muito incômodo.
Abri as janelas, fui até a cozinha, tomei um café e voltei para a cama. Um cansaço inexplicável tomou conta do meu corpo, senti leve tontura e sabia, não conseguia explicar como, apenas sabia que precisava voltar a dormir. O coração continuava a palpitar aceleradamente e, embora preocupada, não senti medo.
Apesar da sensação desagradável, eu sabia, eu sentia, com uma certeza que só o coração pode dar, que tudo ficaria bem.
Fazia muito frio. Agasalhei-me e voltei a dormir. Sonhei. Não sei com quem ou com o quê, mas sonhei pelo resto da manhã. Alguém me chamava em sonho, alguém que precisava de mim e que de alguma maneira eu ajudei.
Voltei a acordar serena, com uma sensação de dever cumprido. Senti uma paz que era exatamente o oposto do que sentira quando acordara mais cedo. Fiquei mais alguns minutos na cama, e quando me levantei definitivamente, me sentia leve como uma pluma.
Demorei um tempo para entender o que poderia ter acontecido, e sinceramente, ainda não sei se interpretei corretamente. Só sei que o que tenha sido, foi algo bom, e isto é o que importa. Creio que despertei antes de terminar o sonho, e o meu subconsciente mostrou-me isto através de sintomas físicos, para que eu voltasse a dormir. Alguma coisa havia ficado sem terminar e era preciso resolver isto.
Terá sido realmente um sonho? A sensação de que alguém precisava de mim era apenas uma sensação? O que terá acontecido neste tempo-espaço em que não ficamos em nosso corpo físico enquanto ele descansa no sono?
Eu acredito nos invisíveis, afetos e desafetos. Acredito e me conecto com eles, lembrando-me depois ou não. Sou grata a eles. Sou muito grata pelo aprendizado, pela presença e pela proteção. Se foi apenas um sonho, foi um sonho bom. Se não foi, melhor ainda. Mais do que nunca eu sou grata pelos batimentos cardíacos acelerados que me levaram a continuar uma história que desconheço neste plano, mas pode ter acontecido em outro. 
Céticos dirão que tudo não passou de uma coincidência. Talvez seja, não nego. Mas prefiro acreditar no oculto, prefiro crer que para tudo existe um propósito maior e se o sentimento de ter ajudado for real, isto só me faz ainda mais feliz.
Nem sempre batimentos cardíacos representam questões físicas. Às vezes o coração bate mais forte por motivos inexplicáveis ao racional.

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