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Quando a diferença não é cronológica

Um casal de amigos está completando 20 anos de matrimônio. Super simpáticos, com dois filhos lindos e saudáveis, formam uma bela família.
Pedi a eles autorização para contar resumidamente a sua história e eles gostaram da idéia, acrescentando que não são exatamente uma família “de comercial de margarina”, mas que são felizes. Disseram que obviamente têm seus momentos difíceis, como qualquer casal e qualquer ser humano, mas que estavam muito bem. E realmente estão, o que deixa a nós, amigos, felizes também.
Nomes aqui não vêem ao caso, e sim os fatos em si. Ela é 10 anos mais velha do que ele e enfrentaram algumas dificuldades por isto. Quando se casaram, ele tinha 19 anos e ela 29, uma diferença enorme. Como se não bastasse, namoraram apenas um ano. Ouviram muitos “não vai dar certo”, de familiares e amigos. Afinal, a diferença de idade era muito grande, e sendo a mulher a mais velha, parecia maior ainda.
Hoje, 20 anos depois, esta tal “diferença” desapareceu como um passe de mágica. Vendo os dois, ninguém fala que ela existe, tanto física como emocionalmente. São duas pessoas maduras, que formam um casal como tantos outros.
Dois anos após o casamento, mudaram-se para Araxá, ele formou-se e conseguiu emprego nesta cidade e ela também conseguiu uma transferência. Segundo ambos, foi mais fácil começar uma nova vida onde não eram conhecidos. Ela já uma mulher madura e ele um “jovem recém-formado”, por mais que as pessoas dissessem que não havia preconceito, não raro eles flagravam um ou outro olhar atravessado de alguém.
Realizaram-se profissionalmente, construíram família, e hoje celebram 20 anos de união. A diferença de idade não existe mais. Como é possível? Simples. A questão não é cronológica. A diferença entre uma criança de 10 e um jovem de 20 é gritante. De um jovem de 20 para um adulto de 30 ainda é grande, mas diminui um pouco. Aos quarenta, ela acaba. Trata-se do amadurecimento de cada um, da forma como a pessoa se comporta e como encara a vida.
Existe uma brincadeira que diz que “depois dos quarenta é tudo igual”. Claro que não chega a tanto, mas esta diminuição da cronologia na idade das pessoas se torna cada vez mais evidente. Quando a mais velha é a mulher, fica mais difícil, mas nada que um bom relacionamento, seja ele amoroso, de amizade ou mesmo entre parentes, desde que baseado no respeito e amor próprio, não consiga superar.

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