Estamos quase no segundo semestre do ano. Dizer que o tempo está voando já virou redundância, de tanto que isto é repetido. Ainda assim, o ser humano continua quebrando a cabeça, insistindo nos mesmos erros e sofrendo as consequências por eles. Sabemos disto, falamos nisto, mas continuamos. Não mudamos, não aprendemos e, consequentemente, não evoluímos.
Ficamos repetindo que a vida está difícil, colocando a culpa de tudo na crise (não que ela não seja, mesmo, responsável por muita coisa) mas paramos, estagnamos em nosso comodismo e deixamos a vida passar. Aí, quando assustamos, o tempo voou, mesmo.
No fundo, vivemos uma grande incoerência: por um lado, corremos o dia inteiro, sem sabermos porque ou para onde. Corremos, corremos, não conseguimos fazer tudo e no final do dia estamos exaustos e “apagamos”, para no dia seguinte começarmos a correr de novo. Reclamamos da falta de tempo e não paramos fisicamente, sempre cansados. Por outro lado, não conseguimos sair do marasmo mental. As pessoas estão sem forças, acomodadas, sem vontade de seguir em frente. Seguimos andando por andar, correndo por correr, e assim a vida passa.
Precisamos reagir, dentro de nós mesmos. Precisamos voltar a ter esperança. Sem esperança o tempo corre, mas a vida pára. Não que seja fácil. A cada notícia que nos chega, a cada atitude do ser humano que presenciamos, a vontade é desistir, mesmo. Violência, corrupção, imoralidades de toda espécie assolam o país e o mundo. Basta ligar a televisão, abrir um jornal ou acessar a internet, que para cada notícia boa, vemos dez ruins, e o mais triste é que a maior parte destas notícias partem do próprio ser humano. Somos nós mesmos que criamos nossos monstros. Todo mundo reclama da falsidade alheia, da maldade alheia, mas se sente o mais honesto e bondoso do mundo. Muitos se escondem atrás dos erros dos outros para justificarem os seus.
Ninguém é perfeito, e nem deve ser. Mas podemos e devemos procurar melhorar e olhar para o próprio umbigo, antes de apontar o dedo para o outro.
O planeta está doente e o antídoto está em nós mesmos. Nós o adoecemos e cabe a nós melhorá-lo. Talvez o tempo esteja correndo tanto pela necessidade de terminar logo este ciclo, porque a Mãe Terra não suporta mais o que estamos fazendo com ela e conosco. Quando banalizamos a violência, justificamos a corrupção, valorizamos mais a carne do que o espírito, etc, estamos contribuindo para o mal maior. E, se estagnarmos nessa energia, o tempo pode correr o quanto quiser que não vamos sair do lugar.