Agora com menos risco, e lembrando sempre que menos risco não significa risco zero, retomei o tratamento dentário. Segui com todos os protocolos de segurança até o consultório, onde igualmente todos os cuidados são rigorosamente tomados.
Atendimento a um paciente por vez, tudo higienizado, atendentes e profissional devidamente paramentados, medição de temperatura, máscara retirada exclusivamente para o procedimento, enfim, de minha parte e do atendimento, tudo de acordo.
O que faltou para ser perfeito? O caminho. De minha casa até o consultório odontológico, passamos por um número considerável de pessoas sem máscaras e em um ponto de ônibus alguns bem próximos, conversando animadamente, também sem máscaras.
Passamos de carro, teoricamente protegidos dessa irresponsabilidade, mas não incomodou menos por isso. Se fossem uma ou duas pessoas, seria mais compreensível, mas ver tanta gente sem o básico do básico no combate ao vírus, passa a impressão de que a exceção virou regra.
Os riscos estão diminuindo, graças a Deus, a vacinação acontecendo em todo o país, nossa cidade na faixa dos vinte anos, e isso é muito bom. Mas, infelizmente, o pensamento equivocado de que as duas doses da vacina tornam a pessoa invulnerável ainda domina estas pessoas que por ignorância ou teimosia, insistem em continuar colocando a si mesmas e a outros em risco.
Profissionais de saúde esclarecem que precisamos continuar com o uso da máscara e distanciamento, embasados em fatos concretos e não achismos, provam isto por A mais B, e ainda assim muitos se recusam a um mínimo de “sacrifício”, que nem tanto sacrifício assim é. O uso da máscara não é agradável, mas diante da necessidade não tem nada demais, os sintomas da doença são infinitamente piores.
Interessante que muitas destas pessoas, quiçá a maioria delas, apontam o dedo para o outro, criticam atitudes de colegas e cobram de autoridades atitudes mais drásticas, mas não cumprem, elas mesmas, algo tão simples como o uso de máscara. Acham que a liberação do comércio e afins significa imunidade total, e se acontecer uma tragédia consigo ou com alguém querido, vão culpar a todos, menos a si mesmas.
Retorno gradativo às atividades não significa risco zero. Cuidados precisam continuar. Ida ao dentista, ao médico, volta ao trabalho, são um tipo de situação. Conversas sem máscaras literalmente agarrados uns aos outros, bebedeiras em bares lotados, abraços coletivos comemorando o gol do time preferido, são outra, completamente diferente.
Com quem não consegue ou não quer entender essa diferença, não vale a pena argumentar.