Por Valdete Braga
Quando esta época se aproxima, sinto um aperto no coração, devido à forma como alguns a tratam. O mais triste é que de uns tempos para cá, a situação parece piorar a cada ano.
A época, em si, é maravilhosa. Que data pode ser mais linda do que a proximidade do nascimento de Jesus? E que dia mais lindo do que o Natal, quando se comemora a chegada do filho de Deus?
A data, em si, é linda, não tem nada de triste. O que entristece é como a cada ano mais se perde o real significado deste dia. Houve época em que Natal era significado de união, as famílias se encontravam e comemoravam o sentido do dia (ainda existem, graças a Deus). Não importa o tamanho da mesa ou da ceia, se à meia noite do dia 24, como manda a tradição, ou no próprio dia 25, se em uma mansão ou em um casebre, sempre havia uma comidinha na mesa e uma árvore, ou presépio, ou enfeite.
Não importavam os valores materiais, mas o sentido do dia, que é a celebração da data mais importante que a Humanidade vivenciou. Segundo historiadores, o dia 25 de dezembro, na verdade, é uma data simbólica, uma vez que, segundo pesquisadores, o nascimento do Cristo não foi neste dia exatamente.
Isto é o de menos. Dezembro, janeiro, fevereiro ou março, o que importa é a simbologia, e como o dia que representa esta simbologia é 25 de dezembro, celebremos 25 de dezembro.
Celebremos como a data merece. Natal não é balada. Cervejada, bebedeira, muitas vezes brigas, não combinam com a comemoração. O momento é de introspecção, de agradecimento, de oração. Com alegria, sim, é claro. Com a alegria e o sentimento de gratidão pelo nascimento do Mestre que veio por todos nós.
Não estou dizendo que vá ficar todo mundo circunspecto e em oração as 24 horas do dia. Vamos brincar, rir, trocar presentes (se não tiver presente físico, que presente melhor do que um abraço? É de graça e todo mundo pode dar e receber). Não estou dizendo que devemos passar o dia inteiro rezando. Mas dez minutos para um Pai Nosso todos podemos ter.
Sim, comemoremos com alegria, mas não é preciso som aos berros, bebidas até cair, gritaria desnecessária. Natal não é isso.
Guardemos as cervejadas e o último volume do som para o réveillon ou o carnaval. Eu, particularmente, não gosto do escândalo e gritaria que muitos confundem com festa, em época nenhuma, mas para quem gosta, existem muitas opções, não precisa ser em um dia santo. Pelo menos não deveria, mas infelizmente não é o que ocorre.
Por isso, apesar de considerar o Natal a melhor data do ano, fico entristecida com o que muitos estão fazendo com ela.