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Não acabou

A vacinação está bastante avançada em nosso município. Caminhamos a passos largos para uma solução para esta fase tão difícil e dolorosa pela qual estamos passando há exatos um ano e meio.
Embora muitos se neguem a enxergar e outros só enxerguem quando já é tarde, a pandemia ainda é uma realidade. Queiramos nós ou não, ela ainda não acabou. 
Estamos comemorando pelas vacinas, e devemos comemorar mesmo, mas elas não significam ainda o final de tudo, e não querem dizer que já possamos voltar a viver como vivíamos antes disto tudo começar. 
Melhorou, melhorou muito, mas ainda não chegamos ao normal, nem “novo” nem “antigo” e temos o dever de continuarmos nos cuidando e cuidando do próximo. Não caiamos na armadilha de nos acharmos já totalmente seguros.
Para quem acha que está tudo bem com 117 óbitos e 90 por cento dos leitos de UTI ocupados em nossa cidade, porque “ele” está vacinado, não existe argumentação.
Quem se vê no direito de sair comemorando não sei o quê em festas clandestinas, dançando e se agarrando em grupos, nesta necessidade exacerbada de se exibir, não merece nossos argumentos. Não vale a pena. 
Nós estamos bem e agradeçamos por isto. Agradeçamos pelos familiares e amigos que conseguiram, até aqui, seguir com saúde e rezemos para que continuemos assim, nós e eles. Porém, por mais “protegidos” que se sintam os que já tomaram as duas doses da vacina, precisamos ter o mínimo de compaixão para com aqueles que não tiveram esta benção.
Não se trata apenas de nós. São 117 famílias enlutadas, isto sem contar tantas outras que passaram e passam por um sofrimento que só elas podem mensurar, que ficaram com sequelas, etc. Mesmo para aquele que se acha cem por cento imune, ainda existe o outro.
É muito bom podermos voltar vacinados, aos poucos, e com os devidos cuidados, às questões necessárias. Todos queremos voltar a sair, trabalhar, frequentar academias ou mesmo andar pelas ruas, claro, por mais repetitivo que seja dizer, com os cuidados que todos já sabemos de cor, mas festas clandestinas, porque os frequentadores se acham no direito delas por estarem vacinados, beira o irracional.
O próprio nome diz: clandestina. Se alguns eventos, com as devidas restrições, estão sendo liberados, não há necessidade desta teimosa, basta esperar mais um pouco.
Diversão faz parte da vida e podemos nos divertir como preferirmos, direito de escolha de cada um. Mas para aquele que não existe outro tipo de diversão, não custa esperar um pouco mais. Chegamos até aqui, aguardemos mais um pouco. A hora vai chegar, mas ainda não é agora.

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