No mundo do politicamente correto, às vezes fica difícil falar sobre certos assuntos. Atualmente qualquer um com um celular na mão e uma ideia na cabeça (seja ela qual for) se transforma em jornalista, repórter, fotógrafo, escritor, filósofo, conselheiro sentimental, crítico de arte, crítico literário, analista político, etc., etc., etc.. Pior: com todas estas qualidades, a pessoa se torna (só na cabeça dela, é claro) “formador de opinião”.
Quando digo “qualquer um”, não se trata de sentido pejorativo, de jeito nenhum. Falo no sentido de qualquer pessoa, independente de sua responsabilidade, índole ou caráter. Neste “qualquer pessoa” encontra-se de tudo. Gente que ajuda, que faz um trabalho super positivo, seja de informação, cultura ou lazer, e gente que quer seus quinze minutos de fama a qualquer preço. É a estes que me refiro. Gente que, por ignorância ou má fé, sempre dá um jeitinho de distorcer um comentário ali, ridicularizar uma foto acolá; cuja intenção é “causar”, sem a menor preocupação com ética ou respeito.
Vemos muita gente, movimentos, grupos, sérios. Mas aparece cada coisa também… podemos tomar como exemplo os movimentos feministas. Muito legal a movimentação de grupos de mulheres por todo o país, com atividades necessárias e importantes, que ajudam a tantas de nós. Trabalhos voluntários, mães de família que encontram um tempo para ajudar e conscientizar as mais necessitadas, jovens engajadas em grupos estudantis, e tantas outras, que não caberia aqui citar todas.
E é exatamente por este ser um assunto tão sério, que assusta a forma como vem crescendo a banalização da palavra machismo. O machismo é uma das formas mais abomináveis de preconceito. Precisa ser visto e tratado com a devida seriedade, tanto por mulheres como por homens.
Respeito e admiro muito os movimentos feministas e as mulheres feministas individualmente, também sérias. Mas não é porque sou mulher que preciso achar todos os homens do mundo machistas. Nem que se um homem olhar torto para mim ou me der uma má resposta, vou chamá-lo de machista. Vou chamar de sem educação e responder à altura, isso sim. Já se ele me tratar mal pelo fato de eu ser mulher, aí, sim, é machismo e a conversa é outra. Mas é preciso sensatez para saber discernir os fatos. Se entrarmos nessa de banalizarmos algo tão sério a ponto de acharmos que toda atitude vinda de um homem é machismo, vamos atrapalhar o pouco que conseguimos conquistar até hoje. Não é isso que ninguém quer. Queremos igualdade, respeito e reconhecimento justo. Não misturemos as coisas, pelo Bem maior.