Esta semana não houve outro assunto na internet e nos programas da TV aberta que não fossem os absurdos acontecidos no programa Big Brother. Não se trata aqui de assistir ou não ao programa, mas dos temas abordados pelos participantes e principalmente pela forma como estão fazendo isto.
Criaram dentro da casa uma segregação tão absurda que conseguiram unir quem assiste e quem não assiste, quem gosta e quem não gosta, todos com um único sentimento: estupefação.
Temas seriíssimos e de relevância estão sendo tratados, pelo menos até agora, de uma forma tão equivocada e sendo tão banalizados que é humanamente impossível ficar alheio à questão. Não é preciso assistir, basta ter acesso ao mínimo de informação, pois o assunto está em toda parte.
Não sei se intencionalmente ou não, colocaram no programa vários militantes. Até aí nada demais, as causas são válidas e cada um defende como achar que deve seus ideais e pontos de vista. O problema, aliás, muito sério, é como alguns participantes levaram a dita “causa” a extremos que nem os próprios colegas suportam. Exageros e fanatismo tiram a credibilidade de qualquer causa, por mais nobre que ela seja, e é isto o que já aconteceu em tão pouco tempo. “Militam” com tanta ira que o que poderia ter sido aprendizado resvalou para o oposto: atraíram para si antipatia generalizada.
Temas sérios como racismo, xenofobia e tortura psicológica são falados a todo momento, banalizados, colocados fora de contexto e, pior ainda, em discursos pesadíssimos, tanto para quem fala como para quem ouve.
Não, não é preciso assistir ao programa. Basta entrar no youtube, ou ligar a TV à tarde, que os participantes lá estão clicados, printados, filmados… Em uma semana, já renderam assunto (negativamente) em vários, se não todos os veículos de comunicação. Pesado, muito pesado.
Teoricamente, a solução é muito simples: ninguém assistir. Se a audiência despencasse, obviamente a própria produção do programa encontraria uma forma de resolver a questão. Mas acreditar nisto, infelizmente, é utopia, até porque há quem assista até mesmo para comentar, ou o assunto não chegaria aos canais que chegaram.
Se dá para tirar algo de positivo desta história é que o público aqui de fora reagiu. Militância não se faz com tanto extremismo, seja ela de pretos ou brancos, mulheres ou homens, esquerda ou direita. Quem luta por uma causa não pode banalizá-la.