Comentei com um amigo sobre um filme, e em lugar de manter o tema da conversa, ele olhou-me horrorizado e foi para outro assunto: “você assiste a Globo?”
Disse isso e desferiu um monte de impropérios à emissora, fora os apelidos pejorativos já conhecidos, utilizando o nome da mesma e acrescentando a ele adjetivos nada bonitos. Em seguida, fez um discurso, também já bem conhecido, sobre os maus exemplos transmitidos em alguns programas.
Muito do que ele falou é verdade e eu concordo, mas daí a generalizar toda uma grade de programação de uma emissora, seja ela Globo, SBT, Rede Record, Rede TV, enfim, qualquer que seja, é radicalismo demais.
Todas as emissoras têm bons e maus programas, sem contar que um programa pode agradar a uns e não agradar a outros. Daí a penalizar toda a programação, fica um pouco exagerado. Disse isto a ele e inclusive exemplifiquei com programas de que gosto e outros de que passo longe.
Na verdade, eu nem sou muito de assistir TV aberta. Abro exceções para musicais e alguns filmes, como o em questão. Dependendo da história, assisto alguns capítulos de novela também, embora não tenha a menor paciência para assistir todo dia. Mas conheço quem gosta e nem por isto vou me horrorizar. O controle remoto existe para isto, é só mudar o canal quando o programa não agrada. Cada um assiste o que quiser.
É fato que existem alguns programas que realmente, além de não agregar nada, ainda podem acrescentar valores distorcidos, mas isto não é prerrogativa da Rede Globo, acontece em todas as emissoras. Da mesma forma, nem tudo que passa na TV a cabo é um exemplo a ser seguido.
O mesmo acontece com as plataformas digitais, independente de nossa opção, vamos encontrar em todas programas diversificados, que podem agradar ou não, ser “exemplo” ou não, cabe a cada um fazer a sua escolha. O que importa é o que vamos assistir e não a emissora que está transmitindo.
Muitos repetem o que veem ou ouvem pelas redes sociais, falam por falar, repetem o que ouviram, apenas para se sentirem inseridos. “Boicotar” uma emissora, seja por razões políticas, pessoais, o que for, e deixar de se divertir, ou se informar, por puro radicalismo, chega a beirar o ridículo. Já assisto tão pouco televisão, se for optar pela emissora e não pelo programa, deixando de assistir o que quero por isto, aí não vou ver nada. Se eu gosto do filme, vou assisti-lo onde ele passar, se curto musicais, assisto onde encontrar, e assim por diante.
Existem tantas opções! Internet, DVDs, TV a cabo, plataformas digitais, muitas opções de entretenimento antes da TV aberta. Quando opto por ela, vou escolher pelo que eu quero assistir, e não pela emissora que está apresentando. Aí já seria fanatismo.