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Coincidentemente ou não

Valdete Braga

Na edição passada, escrevi sobre sinais, e esta semana, coincidentemente ou não, passei por uma dessas situações.

Recebi uma resposta atravessada de uma pessoa, que atingiu-me de forma desproporcional, o que não teria o menor sentido em circunstâncias normais.

Não se trata de um amigo, mas é pessoa de minhas relações, com quem convivo bastante e nutro até um certo carinho. “Amigo” é uma palavra forte e carrega um significado que não se pode banalizar, mesmo um colega querido pode não chegar ao patamar de amigo, ainda que sejam eles também importantes em nossa vida, e é este o caso em questão.

A pessoa não foi agressiva e nem me destratou, o que seria muito mais grave e eu não entenderia como sinal e sim um ato concreto. Foi apenas uma resposta “enviesada” a um comentário que eu havia feito, algo que normalmente passaria batido.

Encerrei o assunto, dei uma desculpa e vim embora, e agora penso o porquê de eu ter me sentido como senti. Será que a pessoa sempre foi assim e eu que não havia percebido? Será que eu que estava até então enxergando-a de maneira errada? Perguntas cujas respostas dificilmente terei.

Este é o papel dos sinais que Deus, a vida, o Universo, dependendo da interpretação de cada um, nos dá. É hora de pensar o que ele quer mostrar-me, o que preciso aprender com isto. Reavaliar o tipo de relacionamento, talvez mudar alguma postura? Há que se pensar.

Não foi nada tão grave, mas foi alguma coisa, e é este o papel dos sinais. Não ser grave não significa que não tenha importância e a gente chega a um ponto da vida em que números não são mais relevantes, o que importa é a qualidade. Isto não apenas em relacionamentos, mas para tudo na vida.

Claro que um fato isolado desses não é razão para rompimento ou dores maiores, de jeito nenhum. A pessoa há de continuar em minha vida e nas minhas relações pessoais, e devo continuar a tratá-la com deferência e educação, mas há questões que não devem ser mais levantadas.

Este exemplo serve para muitas situações, boas ou ruins. No mundo atual, não há mais lugar para super sensibilidade, precisamos ser fortes e não “ficar dodói”, expressão bastante usada, por qualquer coisa, porém, e cabem muitos poréns neste pensamento, também não podemos nos endurecer, achando que tudo é “mimimi”, outra expressão super usada, a maioria das vezes erroneamente. Sentimentos precisam ser valorizados, e nem sempre são “mimimi”, depende de cada situação e momento.

Temos sim, todos nós, o direito de ficarmos chateados por questões ditas “pequenas” como uma má resposta a um comentário. O que não podemos é levar isto a ferro e fogo, tomando atitudes radicais. O sinal foi dado, cabe agora saber o que fazer com ele.

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