Por Valdete Braga
Esta semana a mídia foi bombardeada com notícias sobre o que denominaram “caso Gugu”.
Televisão e internet trouxeram notícias que, na verdade, nada tinham de relevante quanto ao apresentador em si, e sim envolvendo a questão do testamento deixado por ele.
Muito triste isto. Gugu Liberato faleceu em 2019, deixou uma herança bilionária, e era de se supor que surgissem problemas, mas o triste desta história é ver tanta coisa jogada na mídia. Briga entre familiares, questões pessoais, gente optando sobre temas íntimos, em uma exposição desnecessária de uma pessoa que não está mais entre nós, são questões que deveriam ficar somente entre os envolvidos, e a justificativa de que ele era uma pessoa pública não convence.
Infelizmente, vivemos tempos de exposição total e isto não se aplica apenas ao mundo dos famosos. Tudo está tão escancarado que pessoas comuns, anônimas ou não, se prestam a tudo pelos ditos 15 minutos de fama. Querem “likes”, querem palco, e se prestam a qualquer papel para chegarem a ele.
Exposição virou sinônimo de verdade, mesmo que esta exposição seja feita em cima de mentiras. Não são poucos os casos conhecidos, de pessoas famosas, sub famosas ou anônimas (estas querendo deixar de ser) que viralizaram com alguma inverdade e depois precisaram desmentir, e nem assim estas pessoas aprendem.
No caso do apresentador Gugu Liberato, pelo alcance dos envolvidos, esta briga midiática fica equilibrada, já que todos têm suporte para defender seus argumentos, dentro e fora da mídia. O problema é que esta “moda” de se divulgar tudo publicamente, quando chega em pessoas comuns, pode causar danos irreversíveis.
O que é jogado na internet não pode ser aceito como fato concreto, sem a preocupação com a veracidade ou não do conteúdo. Não podemos ler ou assistir e tomar como certo, sem apuração, porque, dependendo do tema, uma mentira pode causar muito dano, antes que a verdade apareça.
“Mídia”, atualmente, pode se resumir a um aparelho celular nas mãos. Qualquer pessoa, qualquer pessoa mesmo, pode jogar qualquer assunto, qualquer assunto mesmo, nesta “mídia” que pode levar no bolso ou guardar em uma gaveta. Para quem vive disto, e já acorda mostrando a maquiagem que vai usar, é uma ótima pedida. Para quem utiliza como ferramenta de trabalho, lazer ou aprendizado, pode ser positivo. Porém, para quem só quer os 15 minutos ou o palco, pode ser muito prejudicial.
Briga midiática não é para todos. Poucos têm o suporte da família do Gugu Liberato.
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