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Ano eleitoral, redes sociais e fanatismo

Três elementos que não se misturam, como água, óleo e vinagre. Mal começou o ano (afinal, é voz geral que o ano começa depois do carnaval) e a combinação destes três já está causando o maior tumulto.
Mais de uma pessoa já me perguntou se eu não gosto de redes sociais, e outras ainda vão perguntar, devido a alguns posicionamentos, que, aliás, eu não faço questão nenhuma de esconder. A resposta é simples. Eu não tenho nada contra as redes sociais, muito pelo contrário, me utilizo delas, inclusive a trabalho. O que eu sou terminantemente contra é o mau uso delas. As falas exacerbadas, brigas sem sentido, gente que nunca se viu se agredindo por outras “gentes” que nem têm conhecimento de sua existência, etc.
Acompanho, em redes sociais, muitos trabalhos legais. Fiz amigos que conheci inicialmente em redes sociais e daí surgiram relacionamentos muito saudáveis. Aprendo muito também. Seja com trabalhos profissionais, seja com pensamentos individuais, cujas idéias, profissionais ou simplesmente através de textos opinativos, me fazem pensar, refletir, enfim, existe, é claro, muita coisa boa no mundo virtual.
Em compensação, infelizmente, quando a coisa descamba para a baixaria, a busca de curtidas a qualquer preço, ou à necessidade de auto promoção, aí fica insuportável. É deste lado que eu não gosto e é este lado que acaba atrapalhando aqueles que sabem utilizar as redes. Quando digo “saber utilizar”, não me refiro a escrever, ou gravar, ou filmar, temas que me agradem, somente. Jamais. Qualquer assunto, concordando ou não, se tratado com responsabilidade e respeito, é válido.  Democracia é isto. Direito de expressão também.
Qualquer que seja o tema, tratado da forma citada, merece respeito, independente da concordância ou não de quem assiste ou lê. O que não dá para aceitar são estes linchamentos virtuais a A ou B, essa moda de enxurradas de palavrões e baixo calão, como se fosse a coisa mais natural do mundo, brigas, agressões, ridicularização do diferente… ao mesmo tempo que se prega tanto a tal “diversidade”, não se aceita o diverso. Muita incoerência.
Onde impera o fanatismo, não cabe respeito, e onde não existe respeito, não pode existir credibilidade. A mim não importa se o seu candidato é José ou Maria, mas se você for para a internet, “protegido” atrás de uma tela de computador, brigar com todo mundo que não seja partidário de João ou Maria, você já perdeu a razão, mesmo que João e Maria sejam dois santos.
Fanatismo não é saudável, nem no mundo real nem no virtual. Em ano eleitoral, utilizar-se dele virtualmente para enaltecer o seu candidato ou diminuir seu desafeto é mais do que irresponsabilidade, é burrice. Cansa e dá preguiça.

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