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Utopia ou realidade?

DEFINE-SE utopia como “qualquer aspiração, ideia ou projeto fantástico e impossível de realizar”. À primeira vista ser “utopista” é ter uma expectativa inútil inacessível. 
É o mesmo que dizer que a pessoa utópica vive sempre fora da realidade, ou seja, aquela que vive apenas no mundo ideal, sem reflexo, sem vivência da realidade.
É a busca do impossível e como tal inútil, porque inatingível. Apelativamente é como viver no mundo da lua, acreditando no absurdo.
Há muita gente que vive um mundo inacessível. Desde a época de Platão não faltaram visionários, místicos e loucos que evocaram mundos novos, um paraíso terrestre, às vezes transformando sonhos em pesadelos. Pesadelo é causador de aflição!
ANATOLE FRANCE pelo contrário diz que “Sem utopias de outras épocas, os homens viveriam em caverna, miseráveis e nus… Dos sonhos generosos surgem realidades benéficas. A utopia é o princípio de todo progresso e ensaio para um futuro melhor”, isto ele afirmou em 1800. O oposto de utopista é o realista. Este é uma pessoa que vive com o pé no chão. Vive o hoje, aqui e agora. Entretanto, é preciso sonhar, buscar o futuro, lutar por ele, fazer dos grandes desejos bons uma busca constante para sua realização. Na “República”, Platão descreveu seu Estado ideal.
Precisamos lutar pela ”Eutopia” (bom lugar), em nossas vidas. Não podemos jamais, nos afastar deste “ideal”, útil e necessário em nossas atividades. Não podemos nos desertar, desistir de nossos sonhos quer sejam pequenos ou grandes. Esta busca tem de ser desde criança. O futuro tem de crescer com a gente. Exige precisão, ideal, luta e sacrifício. Os grandes inventores sempre acreditaram na realização de seu futuro. As maiores, melhores e mais necessárias invenções foram frutos de grandes e persistentes sonhos (utopias).
Quem cunhou este termo “utopia” foi um inglês chamado Thomas Morus, grande estadista e notável intelectual. Infelizmente, Henrique VIII mandou executá-lo porque não apoiava o casamento dele com Ana Balena, sem divorciar-se de Catarina de Aragão, esbarrando na proibição papal. Entretanto, Morus é um santo da Igreja Católica, embora desconhecido por muitos!
EM SUMA, entendo que vale a pena alimentar sonhos utópicos, que criam o entusiasmo de todas as pessoas, especialmente dos jovens. Os sonhos podem se tornar possíveis dependendo do esforço, dedicação e trabalho que os antecedem. Sonhar no sentido de pensar no futuro é saudável e necessário.
Quando leio “O mito da caverna” de Platão, fico decepcionado com vida dos prisioneiros que não aceitaram a verdade, preferindo viverem presos à sua ignorância. Chegaram ao ponto de sacrificar um colega porque constatara a verdade dos fatos, após uma fuga da caverna. Se escapassem da caverna, todos alcançariam o mundo luminoso da realidade, ficariam livres da ilusão. 
Que todos cultivem uma verdadeira utopia, como um bom sonho a ser realizado na vida!

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