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Tiradentes: o mártir da Inconfidência Mineira

PLATÃO, um dos maiores filósofos gregos, afirmava: “A Justiça nada mais é do que a conveniência do mais forte”. O grande palco das atividades dos inconfidentes foi a cidade de Ouro Preto, hoje patrimônio cultural da humanidade, assim declarado pela ONU.
Ouro Preto, berço da cultura, sediou a primeira Faculdade de Direito, que nasceu em 1892, cujo nome: “Faculdade Livre de Direito”, era na época muito prestigiada. A Faculdade foi transferida para Belo Horizonte, constituindo a Casa de Afonso Pena. Seu primeiro Diretor na Capital, carinhosamente chamada por Alberto Deodato de grande Lar. Hoje sustenta o glorioso nome de cidade universitária, face à existência da UFOP. No passado emerge entre os grandes sonhadores da inconfidência, o vulto do protomártir Joaquim da Silva Xavier, cognominado de Tiradentes.
TIRADENTES assumiu sozinho, a responsabilidade que geraria o levante, quando fosse decretada a Derrama. A senha combinada era “o dia do batizado”. Tudo ruiu por terra, com a felonia de Joaquim Silvério dos Reis. Dois prenomes idênticos na forma, mas diametralmente opostos nos ideais. No primeiro jazia o amor pela liberdade; no segundo o anseio conservacionista. No primeiro o grito contido de libertação; no segundo o grito incontido de traição. No primeiro a insubordinação contra a opressão; no segundo a submissão cega aos ditames da Coroa. No primeiro o prêmio de uma Nação que prezara a liberdade; no segundo o repúdio de uma Nação que não queria ser escrava. O primeiro foi Herói; o segundo foi o vilão da história.
“Era 21 de Abril de 1792. O ar estava cheio de vozes e de tambores. Às sete horas da manhã, o negro Capitânia, que vai servir de carrasco, entra no oratório da cadeia onde está Tiradentes. Traz nos braços, comprida e grossa corda e o camisolão branco dos condenados. O carrasco lhe pede perdão pelo que lhe obrigam a fazer. Recebe no pescoço a corda do carrasco e veste o manto dos que vão para a forca. Ao final do discurso de Frei José Jesus Maria do Desterro (veja só o nome!), no meio da reza do Credo, o corpo de Tiradentes balança no ar. Eram 11 horas e 20 minutos. Tiradentes estava morto” (Júlio José Chiavenato).
EM CONCLUSÃO: No Rio de Janeiro Tiradentes fazia propaganda republicana abertamente. O seu ardor revolucionário superava qualquer cuidado com a segurança e parece cegá-lo para a realidade. Falava com civis e militares, pobres e ricos, chegando a discursar em loja de ourives na Rua do Ouvidor. No entanto, ninguém o denunciou. Exceto Joaquim Silvério dos Reis, que não perdeu tempo, contando ao vice-rei toda a trama da Inconfidência. Tornou-se traidor-espião.
O cúmplice vergonhoso da Inconfidência Mineira, há 231 anos!
Nesta história fez contraponto ao Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) tornando-se o vilão traidor, realizando o jogo político de Barbacena, aquele que impôs a Derrama: cobrança dos impostos atrasados.

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