Por João de Carvalho
A SEMANA SANTA em Itabirito, sempre foi comemorada sob a responsabilidade das Paróquias de São Sebastião e de Nossa Senhora da Boa Viagem. São vivas as lembranças das procissões que tomaram conta das ruas, formadas por um povo devoto rezando e cantando, carregando os andores. Com a pandemia, em 2021, tivemos que nos abster de tão maravilhoso momento. Lembro-me anos atrás, quando os promotores da Semana Santa presentearam a todos os paroquianos com a exibição do filme “A Paixão de Cristo”, dirigida pelo ator e cineasta americano Mel Gibson.
Baseada no Novo testamento, a narrativa enfocada foi do Getsêmani ao Gólgota, culminando com o episódio da Ressurreição. A película recebeu inúmeros comentários, e, por vezes taxada de antissemitismo, ou seja, contra os judeus. Segundo este conceito o multimilionário ator “se aproveitava do direito de expressão artística para difundir o antissemitismo à medida que inocentava o procurador romano Pôncio Pilatos da responsabilidade da crucificação de Jesus para transferi-la aos judeus”. O argumento, sem delongas, não procede.
PILATOS foi fraco, covarde, lavando suas mãos, na bacia do interesse econômico e vil servidão aos caprichos dos dominadores ocidentais, representado por Tibério César, em Roma. Mas, os judeus, através de suas lideranças, movidos pela inveja e pelo medo, açulavam o povo, manipulando-o covardemente, para se opor e se manifestar publicamente, aos gritos contra Cristo exigindo a sua morte de cruz: crucifica-o!
Pilatos em dez anos de governo na Judéia viu eclodirem várias rebeliões contra o jugo romano. Os judeus defensores de um monoteísmo contra a avalanche de ídolos romanos, jamais sonharam em admitir a Divindade de um Homem, simples carpinteiro. Seria uma grande humilhação para os chefões religiosos da época.
– Lembram-se por que Jesus foi esbofeteado na frente de Caifás?
– “A Judéia sob o jugo romano, representado por Pôncio Pilatos, foi um cenário de terror, de repressão, dura, insensível e desumana. A crucificação de Cristo se insere neste contexto”.
– O filme não perdoa nem Pilatos, nem os judeus. Ambos concorreram com sua insensibilidade e covardia, para liquidar – via cruz – o doce, mas forte Nazareno chamado Jesus.
– Nem se fala da brutalidade resultante da flagelação, das quedas, do ato de crucificação.
– Mel Gibson, em seu autêntico filme transmite expressivamente aos expectadores todas as cenas, crivadas de brutalidade, despertando em todos o vivo sentimento da aflição, da dor, do sofrimento indizível de Jesus.
Para buscar ou excetuar culpados da morte de Jesus? Romanos? Judeus? O povo? Pilatos? Os anciãos do povo? – Cristo, sem defesa, na verdade histórica, morreu por causa dos meus, dos nossos pecados. A humanidade foi redimida pelo sangue de Cristo. Só se redime a quem estiver em débito. Nós, todos nós somos culpados!
A Bíblia é um mundo de informações, descrições, argumentações, fatos e ensinamentos. O Novo Testamento, narrado pelos evangelistas Marcos, Mateus, Lucas e João é o retrato fiel da vida de Jesus, especialmente a partir dos trinta anos. O Doutor Pierre Barbet, ao escrever “A Paixão de Cristo, segundo o Cirurgião”, nos transmite através da Anatomia, os sofrimentos inauditos com que nos remiu o nosso Salvador. Com uma descrição viva e convincente ele retrata a história do Santo Sudário (o pano que envolveu o corpo de Cristo), os instrumentos da crucifixão, as chagas das mãos, pés, coração, cabeça e do corpo que culminaram com sua morte violenta no alto da Cruz, no Monte Calvário.
PARA NÓS, Cristãos, a maior força de Cristo foi a sua Ressurreição vencendo a morte. Sem ela, vã seria a nossa fé. Foi a prova definitiva de sua divindade. Por isto, devemos comemorar com o máximo de entusiasmo e gratidão a Sua ressurreição, fundamento da nossa fé. Neste ano de 2022, a Semana Santa será: de 10 de abril (Domingo de Ramos) a 17 de Abril (Domingo de Páscoa) – Ressurreição!!!