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A Cidade e Eu
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Escolas vítimas de criminosos

EIS, UM ASSUNTO sobre o qual jamais imaginei que precisaria escrever, porque nas escolas, em diferentes cidades, nas quais lecionei durante 39 anos, sem interrupção, sempre encontrei um ambiente sadio de ensino, respeito, amizade e consideração, quer com a direção, quer com serviçais, professores e alunos (as). Outros tempos, talvez? Entretanto, não quero criticar porque tudo nesta vida é passível de mudança, também porque passado e futuro não existem. Santo Agostinho escreveu que “Se o presente continuasse sempre presente e não se transformasse em passado, não seria tempo, seria eternidade”.
Dia 13 de Março tornou-se uma data dolorosa para a cidade de Suzano, SP, com a atuação insana de dois jovens, ceifando a vida de 10 pessoas e ferindo outras 23. Todos estudantes, em geral. A pergunta que fica para todos os sobreviventes é: por quê? Qual a causa real de tanta maldade? Na resposta estão envolvidos: pais, educadores, psicólogos, integrantes da segurança e da saúde, políticos, professores, pelo menos filosoficamente falando. A filosofia é uma ciência mais de perguntas que de respostas. É preciso que todos nós envolvidos neste assunto, juntos, identifiquemos as causas para definirmos o problema e combatê-lo sem trégua ou evitá-lo, com mais conhecimento de causa.
OBSERVE a repetição constante desta questão que fere, mancha, responsabiliza e clama por solução e prevenção urgentes. Olhe outros casos semelhantes:
“- Setembro/2018 – No Paraná, Foz do Iguaçu, por menino de 15 anos – 2 jovens são baleados, na cidade de Medianeira;
– Outubro/2017- Goiânia, jovem de 14 anos atirou em 2 colegas e feriu outros 4, no Colégio;
– No ano de 2001, no Realengo, ex-aluno matou 4 na Escola Tasso da Silveira no Rio de Janeiro;
– Em 2011, São Caetano do Sul, menino de 10 anos, atira na Professora, que sobreviveu;
– Ano 2012, dois jovens, na Escola Enéas Carvalho, atingiram 3 pessoas;
– Taiúva, São Paulo, estudante de 18 anos invadiu a Escola Coronel Benito Ortiz ferindo 9 pessoas;
– No ano de 2002, no Colégio Sigma em Salvador, Bahia, por causa de nota baixa em gincana, um estudante feriu 2 colegas. Um deles morreu.
– Em 2019, em Suzano, São Paulo, 2 atiradores, ex-alunos, invadiram a Escola com armas medievais (flechas) e revólver, fizeram 10 mortos e 23 feridos”. (Fonte: Agência do Estado, resumida).
EM SUMA, o Brasil está vivendo um momento difícil na sua estrutura de segurança das pessoas. Mata-se por nada. A vida não vale um celular. A morte ronda as pessoas em todos os lugares, levada pelo próprio ser humano, transformado, em segundos, em verdadeiro assassino. As leis são fracas, não convencem; os legisladores são extremamente condescendentes. Os aplicadores (não todos) nem sempre são conscienciosos. Os executores têm conhecimento da impunidade, porque jamais uma pena é cumprida na sua totalidade pré-estabelecida.
Na “impunidade” reside o fracasso da aplicação da lei, assim deixou escrito, no século XVI, Césare Beccaria, no livro “Dos Delitos e das Penas”. Os cleptomaníacos (pessoas com impulso anormal para o furto), acobertam a corrupção. Muitas empresas não votam, mas ganham a eleição!

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